Inspirado na advertência de Bruno Latour (2014) a respeito da luta no Antropoceno, radicalizo: estamos em guerra. O artigo considera a carrocracia como um sistema despótico e os carros como responsáveis por grande parte da emissão de CO2, causa primeira do aquecimento global. A cadeia produtiva carrocrata é peça chave na compreensão processos de subjetivação, de construção de imaginários e de diferenciação de corpos nas cidades. Na primeira parte do artigo, dados quantitativos foram usados para criar uma genealogia da indústria automobilística no Brasil e descrever seus impactos em nossas vidas, em diálogo com o livro Apocalipse motorizado (LUDD, 2005). Em seguida, o texto faz uso dos filmes Christine (EUA, 1983) e Crash (CAN, 1996) para pensar a carrocracia enquanto parte do cis-tema heterossexista e o carro enquanto componente essencialista do chamado Império dos Normais (PRECIADO, 2011). Por fim, a partir das críticas de Deleuze e Guattari (2010, 1996) acerca do Capitalismo e de conceitos como máquinas desejantes e rostidade, o artigo leva em conta a experiência do autor como cicloativista. O artigo estabelece rizomas que oportunizam uma linha de fuga e consequente desterritorialização da produção desejante dos carros para as bicicletas, a partir da conjugação de agenciamentos e interseccionalidades (PUAR, 2013).
Guedra A palavra "Guedra" quer dizer "caldeirão" e também "aquela que faz ritual". Guedra é usado para nomear um ritual de transe do "Povo Azul" do deserto do Saara, que se estende desde a Mauritânia passando pelo Marrocos, até o Egito. Através da dança e da ritualística que a envolve, esse povo traça místicos símbolos espalhando amor e paz, agradecendo a terra, água, ar e fogo, abençoando todos os presentes entre pessoas e espíritos, com movimentos muito antigos e simbólicos. É uma dança ritual que, como o Zaar, tem a finalidade de afastar as doenças, o cansaço e os maus espíritos. Guedra é uma dança sagrada do "Povo do Véu" ou "Kel Tagilmus", conhecido como "Tuareg. Em árabe, "Guedra" é Também o nome de um pote para cozinhar, ou caldeirão, que os nômades carregam com eles por onde vão. Este pote recebia um revestimento de pele de animal, que o transformava em tambor. Somente as mulheres dançam "G...
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