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Mostrando postagens de maio, 2014

lundu, por paulo castagna

lundu                                       Em meados do século XVIII estabeleceu-se no Brasil uma modalidade de dança que seria conhecida, já no início do século seguinte, como a dança nacional. Denominada lundu, londu, landu, landum ou lundum, esse tipo de música parece ter sido a mais antiga dança brasileira da qual conhecemos exemplos musicais, embora seja necessário esclarecer em que medida o lundu foi exatamente brasileiro. Se não existiu qualquer documento português ou brasileiro anterior a 1775 com a denominação modinha, o mesmo ocorreu em relação ao lundu. Apesar de ter sido comum no Brasil, durante o século XVIII, um ritual africano denominado calundu, difundido também em Portugal já no séc. XVII, parece não haver relação direta entre a música que teria sido utilizada no calundu e a música do lundu nos séculos XVIII e XIX. Por outro lado, não existe dúvida que o nome dessa dança seja de origem africana, como informa Ernesto VIEIRA (1899, p.319): “Lundum ou Landum.

um conto africano: um dia na vida do griô

                                        Griô e sua Kora                                           Ao amanhecer, desde os primeiros cantos dos galos, Aissata, mulher do griô Djèliba de Biramadougou, está trabalhando no centro do pátio. Ela acende o fogo sob a panela de água. Enche um balde com água morna e o coloca no espaço reservado para o banho. Seu marido se lava, veste-se e se dirige ao pátio do chefe da aldeia, o príncipe Mamoury Keita, que está a sua espera. Assim que o griô encontra o príncipe, joga fora o bastão para limpar os dentes que estava utilizando desde que se levantou e o cumprimenta: - Passou a noite em paz? - De nenhum outro modo – responde o príncipe. – E o senhor? - Graças ao Todo-Poderoso, só tivemos paz. O griô e o príncipe caminham juntos em direção à mesquita. No trajeto , falam das desventuras que os uivos e as risadas das hienas durante a noite poderiam estar querendo anunciar. - que Alá nos guarde da desgraça – diz o

Os Himba e A Música da Alma

                               Pelo norte da Namíbia e nas margens do rio Kunene existe um povo  semi- nômade  conhecido como Himba.  Os Himba consideram como o dia em que sua mãe decide ter um bebê a data de nascimento de suas crianças . Mãe Himba e seu filho Quando uma mulher Himba decide ter um filho, ela sai e se senta sozinha debaixo de uma árvore, até ouvir a música da criança que quer vir. D epois que ela ouviu a música desta criança, ela volta para o homem que será o pai da criança e ensina-lhe a canção.  E então, quando eles fazem amor para conceber fisicamente a criança, eles cantam a canção da criança, como uma forma de convidar o filho a encarnar. Logo, quando a mulher fica grávida, ensina a música que da criança para as parteiras e as mulheres mais velhas da comunidade, para que quando a criança nasce, todas as pessoas ao seu redor possam cantar a canção da criança para dar as boas vindas!  Como o criança cresce, os outros morado

calenadário do som >>> música do dia 13 de maio de 1997

Hermeto Pascoal Sou apaixonada por Hermeto Pascoal. Cada dia mais e mais.Ele e sua música visceral. Sua mágica música universal. A cada dia que paro para escutar ou estudar uma de suas composições sinto que meu processo de aprendizado musical cresce anos a frente.   Princípios da música universal por Hermeto Pascoal Sinto que Hermeto abriu vários leques de possibilidade para os rumos da música brasileira feita nesse tempo/contemporâneo. Literalmente abriu caminhos para a possibilidade de explosões musicais. Com o seu conceito de "música universal" ele ultrapassou as barreiras das fronteiras e provou que uma composição pode partir de elementos básicos da nossa música modal nordestina e se abrir pro mundo, tocar o ouvido de qualquer pessoa... Saravá Hermeto Pascoal! Bruxo das melodias, trazendo no percurso de suas músicas sua essência mais fundamental, o som que que não tem tradução, o som natural..... 13 de maio. Calendário do som. Hermeto Pasco

Xangô de Òyó (Déi Ferreira)

Xangô de Òyó Òyó Òyó Òyó Òyó Xangô de Òyó De Oyo tiraram Xangô pras bandas de cá Trouxeram o Orixá Nas contas do meu Griot De Òyó chegaram Na rampa de Salvador Xangô logo que oio Desembaiou seu oxé Foi trovoada Raio fogo veio ao chão De ouvir-se o rojão Lá na Costa do Benin Da sua gamela Justiça Xangô tirou Me vendo olhar de olho Ne Griot no seu Alujá. Xangô que é certo Justiceiro ele é correto Sedutor, galante e destro Meu Griot mandou enfeitar De adé de baáyàni Vermelho e branco. E eu lhe servia Amalá e orobó Xangô gostou E eu gostei tanto Que nunca mais eu fiquei só Òyó Òyó Òyó Òyó xangô de Òyó

Árvore da Memória: A arte preta de Oswaldo Griot

                                                    (Um Rei é Forte, um Rei é Justo, um Rei é a Força da Obra, que conta uma história de uma conjunção específica) Essa conversa foi realizada em abril de 2014, na casa do pintor Griot, localizada à Rua do Passo, 48 – Pelourinho, Salvador. Mo: Por favor, seu nome completo? Griot: Roberto Oswaldo. Só. Só isso. Meu nome é Orador, Dom da Palavra, 171. Eu devia assinar assim! Orador, Dom da Palavra, 171. Por que 171? Um contador de histórias. Eu sou um 171 profissional. Minha vida inteira, eu fui um 171. Só que deixa de ser uma cascata, para ser um conteúdo histórico. Por exemplo, o encontro meu com Deus, o encontro da verdade que é amor. Do que é a arte em si. Da arte preta, que eu não faço arte negra. O Brasil todo é negro. A arte negra é coisa da etnia negra. Eu sou um artista da etnia preta. Preta. Preto é uma etnia que existe no planeta que ninguém nunca estudou como ele pensa, como ele anda, como ele é. O negro está mis

agbês

xequerê Mo Maie, mundo griot Mais uma malha de xequerê trançada... Esse foi feito sob encomenda para ser tocado no bloco Afoxé Filhos de Gandy, tradicional afoxé dos carnavais de Salvador!

como nasce um griô

griot africano só que sei que é o vento que traz. as mudanças e transformações. as sementes de outros tempos. as melodias dos velhos griôs. só sei que comigo foi assim. sonhos me davam a visão da kora. mas a kora vinha do outro lado do mundo, do outro lado do mar. do outro lado da kalunga. e aqui estava eu, do outro lado. então, tudo começou a mover-se quando eu voltei a me mover. desde minha gravidez, há quatro anos atrás, que estava mais na terra, nutrindo minha filha, com todo amor... ela já forte, os caminhos se abriram novamente para nossos passos. e foi caminhando que chegamos à casa de Mauro Calandra, um luthier que vive no coração do Capão, terra baiana de arte e cura. justamente no dia em que ele construía uma Kora. e foi Mauro quem abriu os caminhos e pude ver perante os olhos o nascimento do instrumento griô, aqui em terras brasileiras. e está aí a magia do Brasil: aqui em nossa terra todas as nações de reinventam!  então, se na áfrica é preciso nascer de um

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