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Mitologia Áfrika Yorubá

Os mitos são narrativas tradicionais que explicam o mundo de maneira poética e sobrenatural.
Orixá Oxóssi, patrono do candomblé na Bahia

Para Clyde W. Ford, "essas aventuras de heróis (ou divindades) são mais do que o enredo da história, elas falam, por metáforas, da aventura humana pela vida. Os desafios do herói são nossos... Assim, muitos traços que o herói demonstra para responder os desafios da jornada simbolizam aqueles recursos pessoais a que todos nós devemos recorrer para enfrentar os desafios da vida." São vários tipos de mitos: mitos cosmogônicos (teorias da formação do universo), mitos sobre o tempo, mitos teogônicos (origem de deuses e heróis), etc".
Hendrix de Orúnmìlà, em seu texto "Itan: O Mito Yorubá" nos explica que "Os Ìtàn são os textos sagrados da religião yorubá, assim como o Torá é para os judeus, a Bíblia para os cristãos e o Alcorão para os islâmicos. É imprescindível que os babalorixás e as ialorixás tenham esse entendimento"
Dentro dos ritos afrobrasileiros da tradição yorubá, a história dos mitos possui uma importância vital, "o mito é a chave para “alcançar” não apenas o passado, mas também o presente e o futuro", como nos diz Reginaldo Prandi em seu livro "Mitologia dos orixás". 
O autor conseguiu reunir a maior coleção de mitos iorubanos e afro-americanos já publicada até hoje. Esta obra é resultado de um trabalho meticuloso de mais de dez anos, que envolveu uma vasta pesquisa bibliográfica (cerca de cem títulos) e também uma longa experiência de campo. Nada menos do que 42 histórias míticas foram colhidas pelo autor. No total, Prandi conseguiu reunir 301 mitos – dos quais 106 seriam originários da África, 126 do Brasil e 69 de Cuba.
"O autor frisa que a dinâmica existente dentro do mundo dos orixás tem o seu espelho na vida dos seres humanos. “Os orixás”, escreve ele, “alegram-se e sofrem, vencem e perdem, conquistam e são conquistados, amam e odeiam. Os humanos são apenas cópias esmaecidas dos orixás dos quais descendem”. No fundo existe uma espécie de relação recíproca entre o “orum” (espaço habitado pelos orixás) e o “aiê” (mundo terreno), uma vez que, em última instância, a força dos orixás se contrói a partir dos cultos e ritos promovidos pelos humanos (Barber, 1989: 166-7). É por esta razão inclusive que as histórias que revelam e comentam as guerras, brigas, paixões, amores, espertezas, conquistas e derrotas dos orixás assumem um papel de suma importância na cosmovisão iorubana" fonte: Mitologia dos orixás, Andreas Hofbauer Professor do Departamento de Antropologia – UNESP/Marília

Ìtàns em minha vida:


Às vezes não é você que escolhe uma história.

É a história que escolhe você.  Para ser seu guardião. Para se aprofundar em suas raízes. Para lhe recontar para que outras pessoas a conheçam.

É assim que me sinto com as histórias dos orixás.
Primeiro veio Exú, o guardião das encruzilhadas. Abrindo caminhos com toda mandinga do mundo chegou para me pedir para contar uma história sobre suas aventuras. E assim, em uma lan house do Raval (um bairro de imigrantes de Barcelona, na Espanha) comecei minha viagem até a terra dos Orixás. 
As histórias dos treze principais orixás da tradição yorubá tinham que ser contadas com poesia e música durante Jam Sessions onde estariam presentes uma narradora e muitos músicos. Diferentes a cada história. 
Exu. Oxóssi. Yemanjá. Oxum. Xangô. Iansã. Ogum. Ifá Ossanha.                                         Ibejis.  Oxumaré. Obaluaê. Nanã. Oduduá. Iroko. Oxalá.
Voltei para o Brasil e fui viver na Bahia para me aprofundar mais nesse história, nos ritmos que cada orixá tem que escutar para dançar durante as festas religiosas. Suas cores, sua comida.
Estou no processo de compreender a sequência em que devo gravar as histórias. O processo é mágico e misterioso e o que sinto é que minha vontade não vale de nada... são eles que vão me levando. 

 

>>> A MITOLOGIA DOS ORIXÁS:::
Qualquer brasileiro conhece pelo menos alguma história ou personagem da mitologia grega ou romana. Mas nem todo brasileiro conhece algum pouco das histórias da rica e diversificada "Mitologia dos Orixás". Mesmo sabendo que grande parte da população de nosso país tem raízes africanas.
Os orixás são entidades mágicas, divindades da natureza, apesar de serem visualizados como seres humanos e possuírem uma origem terrestre, tendo seus nomes geralmente ligados a territórios da África, onde foi iniciado seu culto.  
A mitologia dos iorubás engloba toda a visão de mundo e as religiões iorubás, tanto na África (principalmente na Nigéria e na República do Benin) quanto no no mundo, onde influenciou ou deu nascimento várias religiões, tais como a santería em Cuba, o Candomblé e a Umbanda no Brasil.

>>> CURIOSIDADES:::
As primeiras gravações/ações dos contos foram feitas na Espanha e a primeira narradora foi a artista costariquense Analu Alvarado (http://www.myspace.com/blackmagikcircus).
Durante o processo de gravação, estão a narradora e os músicos no estúdio para gravar ao vivo os arranjos improvisados em cima de textos poéticos que contam a história das divindades yorubás mescladas com poesia surreal. 


>>> NA RÁDIO :::

Aqui nos links abaixo você encontra podcasts de dois programas de Rádio, gravados em Barcelona, em 2008, nos quais fui entrevistada pelo chileno Antônio Narváez Dupuy  na Rádio Contrabanda FM, no programa "No solo Jazz".
"Relato y música que se graba en directo en un acto que reviste carácter de ceremonia y celebración con una interacción espontánea e improvisada entre la dramatización del relato y la música que surge de la inspiración que reciben los músicos del texto y la interpretación de AnaLu, quien da vida a las historias de Mo Maiê."
Bajo la influencia de EXU, entidad intermediaria de los dioses Yorubas, los ORIXÁS, entre estos y los hombres según las creencias religiosas de tradición africana que trajeron al continente Americano, especialmente a Brasil, Cuba y otras islas del Caribe, aquellos africanos y africanas que apresados y posteriormente injusta y brutalmente esclavizados permanecieron en suelo Americano. Se intentó imponerles la religión católica o cristiana de sus amos, además de prohibirles el culto que profesaban a sus dioses y entidades, siendo EXU unos de los más importantes. EXU significa “Mensajero", es él, quien traduce el pensamiento de los hombres a los ORIXÁS y viceversa, es el comunicador o mensajero de los ORIXÁS a los hombres. Es el agente mágico por exceléncia". 

- Conto de Yemanjá >>>

http://nosolojazz.contrabanda.org/2008/10/
"Ese Brasil exuberante en todo los aspectos, y místico, a su vez, por la influencia de esos ORIXÁS, que vuelven a estar presentes en un nuevo relato de Mo Maiê, esta vez se trata de “ODOFIABÁ", que como nos explican AnaLu y Mo Maiê es la “Madre del Agua" y por consecuencia “Madre de los peces."

IROKO, O CORAÇÃO DO VAZIO


Iroko, o coração do Vazio


Nas caudalosas águas do Tempo lavo as pedrinhas de minha alma.

Quantas sementes já fui?

Em que terra devo mergulhar para gerar fortes raízes?

-       Calma, Iroko. A Calma consegue tudo.

Foi assim que entendi que dentro das sementes escondem-se todas as pedras da memória do mundo. Tudo o que já sentimos e tocamos. Tudo o que ouvimos - Tudo está adormecido dentro de nossas sementes.

Ouço o canto dos Bambus enquanto faz-se e desfaz-se o Tempo em mim, como quem tece uma rede de sonho e encantamento.

Foi assim que, numa tarde vento, Tempo VEIO e costurou em meu peito um labirinto de clorofila, terra e seda, todinho enfeitado de flores de Iroko.

Quando me sentia estranha, gostava de passear pelos labirintos de meu peito. Sentava, tirava as pedrinhas da alma de dentro de uma trouxinha e começava a lavá-las ...

Ficava me alembrando do começo do mundo, quando nasceu Iroko, a primeira árvore, mãe da sabedoria e da magia. Nasceu e ganhou de cada ser da floresta uma pedra da memória, todos os segredos sobre o Bem e o Mal - que se agitavam dentro de seu tronco, especialmente nas noites de lua, quando se sentia em suas grossas cascas um reboliço vindo da vibração das vozes de todas as árvores do mundo.

Nesses momentos de revelação silenciosa, sentia meu corpo se retorcendo que nem os galhos de um Baobá.­­ Como se a vida fosse uma velha história que não se terminava, mas que se enroscava, enroscava e ia se enroscando.

Sentia meu sangue transformar-se em Seiva. Saborosa como mel da palma do dendê. Aí vinha uma estranha lembrança de um sentido. Uma memória do corpo que apenas sente e quer sobreviver. Um Instinto Primordial.

Quem sempre vinha pra me ensinar eram as três avós. A Jaqueira. A Gameleira. A Jurema. Vinham e aí depois voltavam pra onde viviam antes. Antes do começo do mundo. E eu continuava a aprender a andar. Por debaixo das folhas, pelo barro, pela areia, pela terra.

E bem dentro de mim ouvia um gemido que sussurrava:

“… por essas portas devo passar para libertar-me da escravidão do esquecimento … por essas portas devo passar para libertar-me da escravidão do esquecimento … por essas portas devo passar para libertar-me da escravidão do esquecimento …”

Respirava.

-       Calma, Iroko. A Calma consegue tudo.

O ar me trazia de volta ao outro lado do Mangue. Seus galhos se abriam e do meio da lama, brotavam de suas raízes as pedras da memória de sete gerações de um Tempo que já se foi.

AAAAAAAhhhh!!!!! Cada pedrinha era uma memória diferente. Tinha memória de Menina, de Pescador, de Ferreiro. De Pai, de Filho, de Costureira. De gente triste, feliz, doce e amarga. Tinha até memória de sentimentos, memória de amores!

Eu tinha que fechar os olhos para conseguir ver melhor o que me diziam todas aquelas coisas. Ficar bem encolhidinha ali. Esvaziar a mente.

Aquelas portas da memória eram Pedras do Lembramento. Lembranças de tudo o que não poderia nunca mais esquecer porque Só me lembrando poderia ajudar outras pessoas a se lembrarem também.

Senti na saliva a presença das árvores daquele jardim. Cada árvore me revelava o sabor das fibras de seus frutos – e dentro de suas sementes, os segredos das pedras da memória.

-       Calma, Iroko. O amor habita no mais puro vazio do coração.

Não tema o Nada. Até mesmo uma semente é uma árvore transparente.

Mesmo que os olhos da razão digam outra coisa.


( Mo Maiê, 23 de abril de 2016)




oke arô, oxossi!




Conto de Oxóssi, Salvador, 2012.

(barulho de água, de vento e agogô...)

Era a lua lá no
céu,
A espera... a
noite... era a mata...
E então as pegada
da onça em cima das folha caída.
Era o arco e a
flecha,
a única flecha dum
arquero pelado
trilhos,
brilho do olho
da onça
mão do arqueiro
a lança
o corpo
o chão
o amor...
era a pata do caçador,
a pata entre o tudo e o nada
era o nada, era o nada e o grito da flecha, da mata, a mata,
o corpo que cai
(começa o toque aguerê de Oxossi)
O caçador arranca
sua flecha do corpo que caiu
o caçador tem só
uma flecha

(ponto de Oxossi)

Amanaci é que era a mãe das chuvas.
Um dia ela chorou pro chão e do chão brotou Apaoká,
uma árvore grande, enorme... com sangue de clorofila e tetas de mulher,
que num dia de lua nova, deu a luz a um menino vermelho, um curumin.
Aondê, Auá, caburé, etê.

(ruídos da floresta, flauta, começa o ritmo a ser uma ciranda leve que depois se acelera)

O ventre verde e úmido da selva foi o berço do curumin.
Os pé virado de um
curupira, as escama briante de boitatá mãe do fogo,
O rabo de uma sereia azul, as barbas do homi que vira onça.
flechar;
caçar;
pescar;
se enluxar com um brinco de dente de onça
(o ritmo da ciranda vai crescendo)
Era as sete estrelas no céu...
Era essa ciranda...
sol que gira ao
redor da terra, lua que gira ao redor do sol.
e no embalo dessa
roda,
um dia o curumim
cresceu e virou moço.
Ganhou das estrelas
um chapéu enfeitado com pena de avestruz e lembrou que antes tinha sido o pai
de todas as abelhas e o rei dos elefantes.

(vai acabando a ciranda, rola de parar a música,  - SILÊNCIO - )

vai curumin homi,
vai andar pelos labirinto da mata...

(começam sons de mata, de pequenos animais...)

passa na pele esse
pó vermelho pra te proteger dos espírito da morte...
VAI ver arara, tatu, arucum.
Vai achar o homi de uma perna só pitano caximbo
 e mexeno caldo grosso no caldeirão.
Tá veno esse aí?
Esse aí é Ossanha,
feiticeiro, pai das folhas, senhor da muleta e do búzio.
Esse aí é Ossanha,
que deu uma bebida cheirosa pro curumin tomar...

(xic xicx, som de pajelança, de xique-xiques, que começa muito suave, depois vai aumentando)

ruissanê, iembé, iaê....
nha nhen nhem...
hemnhemnhem
nham nhemnhem nhem
escama de dragão,
espiga de milho, serpente alada...
e então: Abati...
o cabelo de milho da menina que brinca no balanço,
a menina gangorra no céu,
o céu gangorra na menina...
no céu
no chão
no céu
no chão
nhe nhem?? Nhem?
Nhem? ...
Pra onde vou? De onde sou?
Cascavel!!!!!!!
dá-me estas tuas
asas.
Nhenhamnhenhemnhem
nhemnhem
chuva de estrela
caíndo na cabeça do mundo...
e no jardim, yasaí,
fruta vermelha que chora...
cascavel!!!!!!
Dá-me tuas asas...

o bruxo milagrêro enfeitiçou o moço e
lhe contou todos os
segredos das folhas e das misturas mágicas, tudo que cura e tudo que mata,
lhe mostrou cada rio estrada bicho e raiz ...

(Um choro de mulher se mistura com os barulhos da viagem astral do curumim)

Do outro lado da floresta, uma grande árvore chorava porque nunca mais soube de seu filho.
E foi Ogum, o guerreiro, que ouviu o choro de Apaoká e entrou na floresta pra procurar o curumim crescido.
Foi Ogum, o ferreiro, que libertou o curumim crescido e lhe deu um arco e uma flecha. Lhe ensinou a abrir os caminhos e lhe ensinou a
entrar no bucho da floresta, a falar com os bichos e firmar bem a mira pra acertar a caça pra poder comer.
E aí o curumim ganhou um irmão e virou caçador.

Então as almas da
floresta lhe chamaram de Oxossi, o filho e o pai da fotossíntese, o arqueiro do
olho no escuro da noite. Oxóssi, o arqueiro que só tinha uma flecha.
...
(volta o toque aguerê e entra outro canto para Oxóssi)




   

Comentários

  1. Adoreiiiiiiiiiiiiiiii
    Parabéns !
    Como faço para receber essas músicas ?
    Aí vai meu email:
    Luciano1Salazar@hotmail.com
    Fico no aguardo !

    ResponderExcluir

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