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Música da Áfrika Gnaoua



Os gnaoua são descendentes de afrikanos sub-saharianos, da Áfrika Ocidental (Sudão Ocidental, Mali, Nigéria e de Gana - de onde dizem que vem o termo "gnaoua"), que foram levados como escravizados para o norte do Sahara para dar suporte ao Império Almohade, trabalhando no exército e na construção de edifícios e fortificações, de 1147 a 1269.

Muitos se instalaram no Marrocos, onde seus ascendentes ainda hoje mantêm as tradições espirituais/religiosas gnaouas, que se fundiram com práticas islâmicas sufistas e beribéris, mantendo suas origens afrikanas ancestrais.

alguns gnaouas marroquinos têm o nome ou o sobrenome "Jalil", que é associado à palavra "escravizado". 

Quando pronunciada, a palavra "Jalil" remete à palavra Djeli, que nas tradições mandengue quer dizer "sangue" e designa um "griô" (termo que significado "servo", amplamente usado pelos franceses para designar os mestres da oralidade, no oeste afrikano, FARAFINA).

A música tem importância essencial dentro das práticas espirituais e cotidianas gnaouas.



           


Estes são alguns dos instrumentos presentes no universo da música gnaoua:


GANGAS

As Gangas são tambores de madeira e pele, que lembram as alfaias (também chamadas zabumba) brasileiras.

As Gangas são tocadas nos cortejos que antecedem os rituais, chamando o povo, a comunidade para celebrar a "lila" :


Na foto pode-se ver dois gnaouas tocando os "gangas"

KRAKRABS

Os krakrabs são antigas castanholas de ferro, tocadas durante os rituais. 

Simbolizam o encontro sagrado entre o feminino e o masculino, a força do ferro e do fogo, usado para forjá-lo:


Krakrabs Gnawa

GUEMBRIL 

Também chamado Sentir, é um baixo ancestral feito com corpo de madeira, couro e três ou cinco cordas  de tripa de cabras, dependendo da região em que se encontra.

Aqui também é importante perceber a conexão com a ancestralidade da música da Farafina, a Áfrika negra, no sentido de que o Guembril vem da linhagem do instrumento conhecido como "Djeli Ngoni", um dos mais antigos instrumentos "djeli" ou "griô".  


Guembril Gnaoua

Como tudo dentro da cultura gnaoua é cercado de simbolismo, também o são os instrumentos. 

Macho e fêmea que se completam em sua diferença. Já que o "todo é uma única coisa".

Os Krakrabs (tocados pelos "Kouyo") representam os sons femininos, agudos, enquanto o GUEMBRIL representam as vibrações masculinas, graves. 

O GUEMBRIL ou SENTIR é tocado pelo Maalem, ou "mestre" - que é quem vai comandar os toques para os Mlouks e a condução dos rituais.

Mulher durante o ritual do transe Gnaoua - Lila ou Derdeba

O ponto essencial da Confraria Gnaoua é um rito de possessão chamado “Derdeba”, onde a dança, o canto e a presença de instrumentos musicais especiais contribuem para a criação de um clima hipnótico e sinestésico, que gera o transe nos adeptos com a intenção de realizar a cura corporal e espiritual da comunidade ou de algum enfermo específico.

Maalem Gnaoua, tocando o GUEMBRIL

O transe dentro da concepção geral da cerimônia é uma espécie de manifestação “catártica”, mas com grande valor espiritual. 

É só no meio da noite, no momento de sonhar, que começa o rito de posse chamado “Derdeba” ou LILA (em árabe, “noite”).


o GUEMBRIL, o baixo ancestral
A celebração pode durar uma noite inteira, desde o pôr do sol até o amanhecer, mas dependendo da intenção, pode durar de três a sete dias. 

As “Lilas” de videntes (Mokdema ou Mokdem, geralmente as mulheres dos mestres que tocam o guembril) ou mestres (Maalems) são mais intensas e podem durar até 7 dias.

Existem ainda rituais com a exclusiva participação de mulheres (as Haddarate), realizados nos espaços fechados de alguns santuários e de acesso muito restrito, durante os quais as vozes femininas de Essaouira elevam a Alá litanias e cânticos secretos.

As “Lilas” têem maior ocorrência no mês lunar do “Chaâbane” (período que precede o mês do Ramadam, quando os muçulmanos celebram a revelação do “Alcorão” aos homens e jejuam durante um mês). 

Durante o “Chaabane”, os “Djines” ou espíritos são “acorrentados”. 

É quando Inúmeras “Lilas” acontecem, pelas ruas e em mausoléus de santos Gnaoua.


Durante a Lila ou Derdba Gnaoua, a dança da menta

UQBA >> 


O jogo de mãos. Parte feminina, todos batem palmas, e chamam todos os santos. 


Dentro da cosmovisaão gnaoua, Bater palmas é a representação da vida, do início, quando o ferro ainda não existia. Por esta razão, os músicos utilizam as palmas e não os krakabs (castanholas de ferro): unem a mão direita (a vida) e a esquerda (representando a morte) e cantam os 99 nomes de Allah.
 
Depois desse momento Uqba, vem o momento “Meksa” que representa o ferro e o sacrifício. Os músicos começam então a utilizar os krakabs, o ferro alquímico do sacrifício.


E logo quando os krakrabs soam pelos ares começa a Derdaba – o ritual dos cantos e danças evocando as entidades encantadas (Mlouks).


É na Dardaba que estão os três portais.


Cada portal está associado a uma cor. E cada cor corresponde a uma entidade, como os orisás do candomblé brasileiro. 

Nas “Lilas” comuns, os músicos entoam seu canto e sua música, enquanto mulheres invisíveis dançam o transe para incorporar os “Mluks”, os espíritos de diferentes cores, também chamados “Djines” ou “demônios”.

O corpo da mulher que dança o transe vai se desumanizando, tornando-se impessoal. Passa a estar diretamente relacionado a uma divindade e, por extensão, aos elementos da natureza a ele associados, levado pelo comando das músicas. O transe torna-se a forma de contato entre os deuses ou espíritos da natureza e a comunidade religiosa.

todo o conjunto do ritual (como os gestos, o cheiro do insenso, as roupas, os cantos, os ritmos, as danças) é extremamente misterioso e dotado de simbologias que transcendem aquilo que os sentidos percebem. 


São três portais, que vêm depois do Kuwu:

- O portal dos Jilala::: a vida, a paz, o início
- Jilala – O ar, respiração, paz, a alma estática, a vida, o esperma, a espuma.
- Mluks da terra – Obaluaê.
- Mluks da floresta – Oxóssi – Verde: A natureza, as plantas.
- Mluks do céu e do mar – Sid Moussa, Samaoy, Yemanjá.
- Baba Hamou – Yansã: o fogo, o sangue, a penetração, a morte.

- A portal dos Gnaoua::: o preto, o fim, a morte, o vazio
- Aysha Kandisha Hamduchia: metade mulher, Aysha chega antes do amanhecer.
- Lala Mimouna: a fecundidade, o espírito africano feminino, a morte, o mistério, o medo.
Nanã: A LAMA.

- O portal das mulheres árabes:::
- Lala Mira – Oxum
O tesouro da vida, o ouro, o sol, a vida, o renascimento

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Matéria veiculada na revista eletrônica "Cultura em Revista" de janeiro de 2013:



RESIDÊNCIA ARTÍSTICA BRASIL MARROCOS GNAOUA 

A primeira vez que fui ao Marrocos foi em 2007, quando morei na Medina de Marakesh. Fui me aprofundar no universo musical dos “Gnaoua”, um grupo étnico-cultural descendente de escravizados vindos da África subhariana para trabalhar nas construções e no exército durante um Império Almohade. Uma história muito parecida com as de nossos ancestrais, que vieram de muitos cantos da África para trabalhar no Brasil, trazendo consigo uma infinidade de línguas, comidas, mandingas, cantos e crenças.


“Tradições Afro-Musicais do Brasil e Marrocos Gnaoua” aconteceu em Essaouira, cidade porto por onde chegavam muitas caravanas e embarcações trazendo mundos de escravizados e toda a sorte de coisas, que logo se escoariam por todo o país.

Desde outubro de 2012, este projeto desenvolveu oficinas de ritmos afro-brasileiros no Espaço Municipal de Essaouira, Bastion Bab Marraquech. Nestas oficinas, que foram gratuitas e abertas ao público, Ana Maria iniciou os participantes em alguns ritmos brasileiros (como o Maracatu e o Congado).

Em dezembro, realizei a grande viagem à Essaouira e pude facilitar vivências intensivas entre ritmos brasileiros e marroquinos, ministrando oficinas de ritmos afro-brasileiros e recebendo oficinas de música gnaoua dos músicos marroquinos Aziz, Halid, Limini e Furat. 

Ao final, apresentamos o espetáculo “Lila Xirê”, resultado da fusão da música brasileira com a tradição gnaoua.

As oficinas foram realizadas gratuitamente e abertas para todos da comunidade que desejassem descobrir mais sobre a história da Confraria Gnaoua e da música afro-brasileira, suas nuances, danças e ritmos.

O projeto conseguiu alcançar todos os seus principais objetivos, propiciando trocas e partilhas musicais, gerando uma rede transcultural através da música e abrindo espaços diversos para futuros intercâmbios e pontes musicais entre ambas as culturas.


Mo Maiê


- Post 5:


Realizado na cidade de Essaouira, Marrocos, no ano de 2012, o projeto “Tradições Afro-Musicais do Brasil e Marrocos” foi idealizado pelas artistas Mo Maiê e Ana Maria Fonseca, sob a direção do “Rose des Vents – Centre de Mouviment Culturel” e do Coletivo Vira Saia e o patrocínio e apoio cultural do Programa Música Minas, da Aliança Franco Marrocaine de Essaouira, a Delegação de Cultura desta cidade. 


´Post 4:




´Post 3:

Programa de Atividades da Residência artística:

Quarta-Feira – 5 de dezembro 2012
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
* 10:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xirê
* 14:00-16:00 - Oficina de Ritmos Afro-Brasileiros - Mônica Elias (Mo Maiê)
* 16:00-17:00- Oficina de Música Gnaoua -  Aziz, Halid e Limini. 

Quinta-Feira - 6 de dezembro 2012
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
* 10:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xerê
* 14:00-16:00 - Oficina de Ritmos Afro-Brasileiros - Mônica Elias (Mo Maiê)
* 16:00-17:00- Oficina de Música Gnaoua -  Aziz, Halid e Limini. 

Sexta-Feira - 7 de dezembro 2012
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
* 10:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xerê 
* 14:00-16:00 - Oficina de Ritmos Afro-Brasileiros - Mônica Elias (Mo Maiê)
* 16:00-17:00- Oficina de Música Gnaoua -  Aziz, Halid e Limini. 

Sábado - 8 de dezembro 2012
Lugar das atividades: Bastion Bab Marrakech
10:00 - 12:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xirê
14:00 - 18:00 - Ensaio para o espetáculo Lila Xirê

Domingo - 9 de dezembro 2012
* 10:00 - Ensaio para o Cortejo - Local: Bastion Bab Marraquech
* 12:00 - Passagem de som - Local: Alliance Franco- Marrocaine de Essaouira
* 16:30 - Cortejo pela Medina de Essaouira
* 18:00 - Espetáculo Lila Xirê -  Local: Alliance Franco Marrocaine de Essaouira AFME

Segunda-feira - 10 de dezembro de 2012
*18:00 - Reapresentação do espetáculo Lila Xirê no Espaço Municipal de Essaouira


´Post 2:

Como parte do programa da residência artística no Marrocos, facilitarei uma oficina de intercâmbios entre a música afrobrasileira e a música marroquina gnaoua. As oficinas acontecerão nos dias 5,6 e 7 de dezembro, no Bastion (Borj Bab Marrakech).
As oficinas de cultura e música Gnaoua serão ministradas pelos músicos souiris Aziz, Halid e Limini, e serão destinadas à todos da comunidade que desejam descobrir mais sobre a história do Gnaoua, suas danças, ritmos e cantos. 
A residência e o intercâmbio serão realizados com o apoio do Programa Música Minas, a Alliance Franco Marrocaine d´Essaouira, o Centro de Movimento Cultural Rosa dos Ventos e Vira Saia Produções.
A proposta é criar pontes musicais entre a  música gnaoua, seus paralelos e similaridades com a música afrobrasileira. Os instrumentos utilizados, os ritmos, as entidades espirituais, suas particularidades e o poder da música para a criação do estado de transe em seus adeptos.  A Confraria dos Gnaouas possui (assim como os grupos de congado mineiro, por exemplo) um passado de escravidão e música e trazem consigo uma tradição mística animista de origens similares à Santeria cubana e ao Candomblé brasileiro.
Desde outubro deste ano, Ana Maria Fonseca começou a ministrar oficinas de ritmos brasileiros abertas à comunidade de Essaouira, dando início ao processo do intercâmbio. Em dezembro o processo se acelerará, e as trocas serão intensivas, a fim de gerar a criação de um espetáculo batizado de "Lila Xirê", que representa a fusão, integração artística entre as tradições afro-musicais do Brasil e Marrocos, ricas em música, danças, cores, cantos e mistérios. Lila ( em árabe noite) e Xirê (da língua Yorubá, significa brincadeira): a Brincadeira da Noite é um musical de fusão cultural e ritualística.

`Post 1:
Durante 15 dias em dezembro, vivenciarei uma residência artístico-musical em Essaouira (Marrocos), com a finalidade de fazer um intercâmbio musical intensivo entre a música brasileira e a música Gnaoua. Existente no Marrocos, e em alguns outros países do Magreb, a música da Confraria Gnaoua é oriunda de praticas espirituais sufi-animistas da África sub-sahariana, de mesma origem do Candomblé brasileiro e seus ritmos e cantos, que influenciaram a Música Popular Brasileira. 

Essaouira, cidade portuária sob o Atlântico, possui a mais importante reunião de músicos Gnaouas de todo o Marrocos; também sedia o Festival de Gnaoua e Músicas do Mundo. 
A proposta é: facilitarei oficina de ritmos brasileiros aberta à comunidade (com foco no congado, maracatu e afoxé) e participarei de oficina de ritmos Gnaoua. 

Durante as oficinas criaremos em conjunto com os artistas e oficinandos um pequeno espetáculo buscando a fusão da música e da dança brasileira e Gnaoua marroquina.


A residência tem o apoio do Programa Música Minas (www.musicaminas.com), que me contemplou através de seleção feita a partir do edital de Intercâmbio uma passagem de ida e volta ao Marrocos. 



Além do apoio do Programa Música Minas, a residência conta com parceria cultural com o Wind Rose - Center of Cultural Movement (Centro de Movimento Cultural Rosa dos Ventos) e da Alliance Franco-Marocaine de Essaouira. Para preparar a comunidade para a oficina de ritmos brasileiros e a criação do espetáculo, a artista mineira Ana Maria Fonseca, residente em Essauira, deu início a ateliês de música, onde já está passando com pessoas interessadas da comunidade alguns dos ritmos que vamos estudar. Abaixo algumas fotos e textos retirados do blog do Rosa dos Ventos (http://rosasventos.blogspot.com.br/)

October 24th,  Silvana plays abê and dances 
Since October 13th, the Wind Rose - Center of Cultural Movement, in partnership with the Alliance Franco-Marocaine de Essaouira and the Cultural Delegation of this city, is promoting free workshops of african-brazilian rhythms opened for everyone that wants to share their music with brazilian styles. The propose of these workshops is to develop it into an Artistic Residence between brazilian music and the moroccan Gnaoua style. We have been learning with Ana Maria Fonseca brazilian styles such as Maracatu, Ijexá (or Afoxé) and Côco. 


October 20th, our masters playing...

We are having the participation  of artists from the Gnaoua comunity (the musicians Aziz, Halid and Limini) and also from other styles, like Hamadcha (the artist Benhamou) and Moroccan Sufi Music style (with the collaboration of the singer Abdelhak) . These workshops are opened for all those who love music, even if they never played any instrument before: the idea is to share. Our group is discovering and studying the similar origins  of many brazilian, gnaoua and african styles. 
We will continue the workshops through the month of november and december. 
In december this project is bringing, in partnership also with the brazilian program Música Minas, the musician Mônica Elias, for a week of Artistic Residence of Brazilian Rhythms and Gnaoua Music. Coming from Brazil, she will give an intensive week of Brazilian Rythms Workshops, sharing with the group some percussion styles and learn more about Gnaoua Music. 
Monica Elias is singer, flautist and percussionist. She has been traveling all over the world researching music and dances (such as Flamenco, Arabic, African, Gnaoua and Brazilian styles). Nowadays, her band  Vira Saia is playing around on the brazilian regions of Minas Gerais and Bahia.
Take a look at Mônica Elias' music
at http://www.virasaia.tnb.art.br/ and http://terreirodegriots.blogspot.com/ .


Jorge playing Maracatu on the Tabal

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