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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Árvores e Portas da Memória e do Esquecimento

baobá, a árvore da memória ancestral A travessia da  # kalunga  é a travessia da própria linha da vida. Renascer, crescer e mergulhar no desconhecido mundo das forças invisíveis com consciência é permitir-se retomar a própria historia, reconectar com as raízes da ancestralidade, reconectar-se com elos perdidos pelos movimentos do tempo e dos fluxos de dominação a que os antepassados foram submetidos e que nós mesmos estamos sendo submetidos, novos processos com roupagem nova, mas com a mesma essência de escravidão e miséria humana . Somos chamados a nos libertar!  Somos convidados a nos relembrar. Ativar a memória de nossos cromossomos. De nossos átomos. Ativar nossa memória mineral. Nossa memória pré-fetal. Nossa memória vegetal. No Brasil, no estado de Pernambuco, existe uma cidadezinha chamada  " Porto de Galinhas " . Para esta cidade vieram muitos afrikanos escravizados, que chegaram para serem vendidos clandestinamente no Brasil. Vinham escondidos embaixo de e

Permangola 2018: Capoeira Angola, Permacultura, Cultura Popular, Filosofia Africana

                                Em sua 12§ edição, o Permangola 2018 reunirá Mestres e especialistas da Capoeira Angola, permacultura, filosofia africana, medicinas naturais e cultura popular, conectando ancestralidade e uma perspectiva futurista de respeito e cuidado com a terra e com o próprio ser humano. A proposta de reunir em um único encontro os fundamentos e filosofia da Capoeira Angola e os princípios da Permacultura, fazem do Permangola um evento único e uma referência no mundo da capoeira. “ Acredito cada vez mais que o mundo precisa integrar o homem e a natureza em uma coisa só. ”  - Diz  o Mestre Cobra Mansa, um dos idealizadores do Permangola:   “ Nós estamos com um déficit com a mãe-terra, a gente tem destruído muito a terra... a gente está com essa dívida e a gente tem que começar a pagar antes que a terra venha cobrar da gente. (...) A gente quer que isso aqui seja um modelo tanto de bio-construção, quanto de sustentabilidade ”. O Kilombo Tenondé, localid

Kwanzaa

kwanzaa Nestes caminhos tortuosos em busca da auto-descolonização e da descolonização comunitária, quando chegam as tradicionais festas de fim de ano, é um bom momento para questionarmos a maneira como fomos impostos a abraçar estes rituais coloniais e todo o frenesi do capitalismo que gira ao seu redor, na contemporaneidade. Para mim, sinceramente, não faz mais sentido vivenciar estas festas desta maneira... Me parece muito mais fértil e potente comemorar o Kwanzaa, uma festa criada para celebrar a herança e identidade cultural africana, um portal para vivermos nossa africanidade numa perspectiva panafricanista. Kwanzaa foi celebrado pela primeira vez em 26 de dezembro de 1967, proposta por Maulana Karenga, professor de estudos africanos da Universidade da Califórnia (EUA), em uma época em que houve muitos movimentos anti-racistas naquele país. Kwanzaa vem da expressão "matunda ya kwanza", que significa "primeiros frutos" em swahili, língua original da

Mas afinal: o que é a Kalunga?

Diekenga. O cosmograma Bakongo - Mas o que é a Kalunga? ( Cada vez que me encontro com Makota, ela me lança a mesma pergunta.) - Makota ... é você quem pode me dizer ... E como uma boa Mestra e conhecedora dos mistérios que muitas vezes não podem ser reverberados em voz alta, ela nada diz ... ... Assim, venho buscando maneiras de compreender dimensões dizíveis e silenciáveis, visíveis e invisíveis destes movimentos filosóficos e espirituais através dos dingo-dingo - os processos pelos quais atravessamos a cada dia ...  . Eu sou uma mãe e uma filha, que há anos vem navegando pelas águas de Kalunga, lutando pela sobrevivência dentro deste corpo biológico, familiar, social, político, natural, cósmico ... A filosofia chegou em minha vida a partir da corporeidade. Sempre tive inclinação para o pensamento. Justamente por isso tive que quebrar vários padrões de pensamento para poder deixar que o ngolo, a força natural do universo, presente também em meu próprio corpo,

MULHERES DO MAR se apresentam na Casa Preta

MULHERES DO MAR se apresentam na CASA PRETA MULHERES DO MAR se apresentam dia 15, 16 e 17 de Dez na Casa Preta, a partir das 19h, na programação do último mês do ENXURRADA CASA PRETA, realizado pelo Aldeia Coletivo Cênico. Chega mais que tem muita surpresa te esperando! O grupo musical MULHERES DO MAR surge do Movimento Mulheres do Mar (Vera Cruz, Ilha de Itaparica), que busca criar conexões e fortalecer o diálogo entre crianças, jovens e mulheres da comunidade de Barra Grande a partir da Capoeira Angola e da cultura a fro-brasileira e africana. O seu repertório é composto de canções ancestrais e composições autorais, baseadas na ligação do mar com o universo feminino e o trabalho das mulheres marisqueiras, roceiras e pescadoras. As apresentações fazem parte do III Intersoteropolitano na Aldeia, um projeto de intercâmbio que financia uma temporada de apresentações de grupos de fora da cidade de Salvador, na Casa Preta Espaço de Cultura. O ENXURRADA CASA PRETA é um projeto

Fela, O Conto Do Vento

Conto do Vento A Noite Acabava De Parir O Dia.  E Tudo Se Repetiria Mais Uma Vez,  No Amanhecer. Uma mulher deu um longo  grito   de prazer e dor,  deixando escapar de suas mãos uma revoada de pássaros ...   - Nasceu Sol Vivo …  gemeu a Mãe -  Nasceu Minino  ...   Era outono e na Maloca de chão batido,  Caiu guerreiro nos braços da Tia.  . . (vai pra guerra   - sussurrou) Tia foi, pegou, cortou o cordão e tomou a placenta.  Enterrou tudo ali mesmo, debaixo do chão.  Como ventava muito, ele ganhou o nome Fela.  Como quem surge da Ventania.  - Da vida, meu filho? Queremos Boi …  A Mãe Ia falando e sentindo o Vento Arrodear sua saia. - Pedimos Chuva pros bois Sobreviver …  ... (E o Vento Vinha) ….       Pedimos Chuva  Pra molhar a Terra …   ... ( E o Vento Ia) ...       Acendemos o Fogo        Tocamos e Dançamos  ...  (para trazer Alegria pro Tempo ) ... . . E Quando a Noite vem pra Parir O Dia,  Tudo Se Repete Mais Uma Ve