Estivemos em Março de 2020 no Mali com o grupo AfroKhasso para conhecer um pouco mais sobre a cultura Griô com a Família Kanoute Kia, Sendo recebidos em Bamako por Moussa Ngoni e Lountanding Lanoute Ngoni.
De família Griô de Pai e Mãe Khassounké, Lountanding começou a cantar aos 8 anos de idade. Nascida em 1993, em Sabouciré (MALI), foi educada por sua avó paterna, Fatou Kanouté, Que lhe levou às cerimônias tradicionais, como batismos e casamentos, desde pequena.
Quando se instala em Bamako, é recebida por sua prima Diadiou Diabaté, que lhe introduzi ao meio artístico na capital, onde ela vem a conhecer Adama Traoré, um grande tradicionalista da cultura maliana. É no INA (Instituto Nacional das Artes) que Lountanding vai se desenvolver na arte do canto com Massambou Wellé Diallo.
Em 2014 Lountanding grava seu primeiro single chamado "Kèlè", cantado na sua língua natal Khassounke e Djakhité. O tema foi publicado em 2018 com arranjos de seu marido Moussa Kanoute Ngoni e o grupo Afro-khassou.
Neste texto, Mohamed Diawara nos fala um pouco mais sobre a cultura Khassonké:
"Os Khassonkés são procedentes dos Malinkés, e vivem especialmente no Mali, na região de Kayes.
Sempre praticaram a dança "Dansa" em cerimônias tradicionais como casamentos, batizados e, muitas vezes, durante a entronização de chefes Khassonkés tradicionais.
Pontuada por instrumentos musicais tradicionais como o Tambor, Doundounba e Tantanno, a dança de Dansa requer o acompanhamento de um ou mais cantores e dançarinos. É uma dança muito física, praticada em dois ritmos lentos no início e muito rítmica no final. Dansa é mais dançada por mulheres sem ser proibida aos homens. Originalmente pertencia aos nobres, mas logo se tornou popular e dançou por todas as esferas da vida. Para demonstrar os passos da dança, Massaouda Coulibaly, uma artista conservadora da comuna de Hawa Dembaya, a leste de Kayes, sobe ao palco disfarçada de mulher. Ele se apóia nas pontas dos pés, levanta os calcanhares e se vira. Com os braços estendidos horizontalmente, ele faz vibrar todo o seu corpo. Ele também nos explica que praticava apenas o "Dioubaliya", a dança dos cativos "Dion don" antes de aprender o "Dansa" por amor. Segundo Adama Issa Sacko, um Khassonké griot: “Dansa é a única dança que se pode praticar, o que é muito raro na nossa cultura. Tornou-se tão popular que foi recolhido por todas as tropas nacionais e até exportado para os EUA.
>> O Dansa de hoje, que futuro? Apesar de sua importância em nossa cultura, Dansa está em decadência já que a juventude é influenciada por outras danças mais contemporâneas. As autoridades (através do Ministério da Cultura e Arte) não se envolvem o suficiente para salvaguardar o "Dansa", ao contrário dos atores culturais Khassonkés que fazem de tudo para preservá-lo." Mohamed Diawara
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