Com uma história profissional de mais de 30 anos, iniciada como aprendiz
de Mestre King e Emília Biancardi, este soteropolitano, ícone da dança
brasileira, com carreira internacional reconhecida, era especialista em
danças afro-brasileiras. Omolú integrava o Balé Teatro Castro Alves
(BTCA) também desde a década de 1980. Ao lado do curador artístico da
companhia, Jorge Vermelho, estava vivendo um processo de transição para
ocupar o posto de assessor artístico do grupo.
“É uma tristeza muito
grande. O BTCA fica vazio. Augusto Omolú sempre foi muito intenso, de
alegria contagiante, uma presença que só fazia somar. Era uma figura de
muita produtividade, amigo e companheiro muito importante. Resta-nos a
indignação diante da violência que assola o país. Fico muito triste de
receber e compartilhar esta notícia com a classe da dança da Bahia”,
lamenta Jorge Vermelho.
Comprometido, íntegro e querido por todos, Omolú retornou ao Brasil há cerca de dois anos, após viver na Dinamarca como membro do Odin Teatret, fundada e dirigida por Eugenio Barba, uma das mais importantes e respeitadas companhias do mundo. Desde então, estava atuando como professor da Escola de Dança da FUNCEB, onde ministrava aulas de qualificação profissional e de cursos livres a partir de sua pesquisa e trabalho com a dramaturgia da dança dos orixás, compreendida não apenas como técnica, mas também como um pensamento que ele sistematizava com cada vez mais
competência.
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