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Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil

Em maio se comemora o mês da Áfrika. 🌹 Rosa Maria Egipcíaca é simplesmente a primeira africana-brasileira a ter escrito um livro, do qual restaram páginas manuscritas.

A mulher negra e africana do século XVIII, tanto em África como na diáspora afro-americana e no Brasil, sobre quem se dispõe mais detalhes documentados sobre sua vida, sonhos, escritos e paixão.
Hoje saiu texto em homenagem a esta mulher. Parece que a força dela anda reverberando pelas ruas da cidade de Mariana. Nos levando a relembrar do que não podemos mais esquecer ...
Chamada por alguns de santa e por outros de puta, a preta Rosa Egipcíaca por aqui passou maus bocados com as pressões advindas da Igreja, mas também das próprias mulheres desta sociedade tradicional e opressora, sede do poder católico em Minas Gerais.
"Vou aprender a ler, para ensinar meus camaradas".Abaixo um texto sobre a vida de Rosa baseada em um texto de Luiz Motti, o escritor do livro ROSA EGIPCÍACA: UMA SANTA AFRICANA NO BRASIL (Rio de Janeiro, Editora Bertrand do Brasil, 1993).

 

Rosa nasceu na Costa de Mina (nação Courana, também conhecida como Coura) e desembarcou de um navio negreiro no Rio de Janeiro, em 1725, aos 6 anos de idade.
Rosa foi comprada por José de Souza Azevedo, que a mandou batizar na Igreja da Candelária. Era certamente a igreja carioca onde mais escravizados eram batizados na época.
Dizem os manuscritos da Torre do Tombo que o senhor de Rosa, “após desonestá-la e tratar torpemente com ela”, vendeu-a para as Minas Gerais, quando ela tinha 14 anos.
A viagem para as Minas – por volta de 500 quilômetros percorridos a pé, foi a segunda grande caminhada forçada na vida desta garota. caminhos negros da diáspora ...
Na Capitania das Minas, Rosa foi comprada pela mãe do literato Frei José de Santa Rita Durão, indo morar no Inficcionado, a duas léguas de Mariana.
Rosa era a única mulher entre 77 escravizados.
"Além dos cativos serem predominantemente africanos, eles também eram, em sua grande maioria, homens. Assim, as altas taxas de africanidade encontravam-se também com a alta razão de masculinidade. A necessidade da mão-de-obra masculina pela mineração contribuiu para aumentar as diferenças entre o tráfico de homens e mulheres". (Moacir Rodrigo de Castro Maia) Rosa chegou em Minas no auge da produção aurífera e passou a se prostituir. Segundo mais tarde confessou perante o Comissário do Santo Ofício do Rio de Janeiro, passou 15 anos “a se desonestar vivendo como meretriz.”
Não é difícil imaginar todos os constrangimentos, violências e doenças que esta jovem africana deve ter sofrido, na condição de prostituta escravizada-africana, numa região abarrotada de todo tipo de homem aventureiro e carente de mulheres.
Em 1748, com quase 30 anos, passou a sofrer ataques, como convulsões e descontroles físicos e mentais.
Aos 30 anos passou a sofrer estranha enfermidade: ficava com o rosto inchado, sentia tumor no estômago e desmaiava.
Aí é quando Rosa decide então mudar de vida: vende seus bens – jóias e roupas e distribui pros pobres. Vira beata e passa a se tornar assídua freqüentadora das liturgias nas igrejas barrocas mineiras.
Numa de suas andanças conheceu o Padre Francisco Gonçalves Lopes (Xota-Diabos) realizando exorcismos inacreditáveis.
Impressionada, Rosa revelou ao padre que ela própria estava possuída por sete demônios: sentia um caldeirão de água quente despejando sobre seu corpo... e caiu desacordada ao chão, partindo a cabeça na pedra debaixo do altar de São Benedito.
Quando possuída por Satanás, falava grosso, caía desacordada e dizia ter visões celestiais, vendo por diversas vezes Nossa Senhora da Conceição, ouvindo coros de anjinhos que lhe ensinaram a rezar, recebendo até a revelação de uma fonte de água milagrosa ao pé de uma montanha, onde devia ser construída uma igreja em honra de Senhora Santana.
O culto aos avós de Cristo substitui no imaginário místico de Rosa, a perda e desconhecimento de seus próprios ancestrais, culto tão forte na maior parte dos povos da Costa da África.
Após os exorcismos, Rosa dizia ser arrebatada por um misterioso vento: “quando saía de casa para ir à igreja, logo na rua sentia um vento tão forte que lhe impedia os passos e com grande violência a fazia retroceder para trás e se bater com o corpo em uma cruz, sendo em dias que não havia vento e só por virtude dos preceitos que punha o exorcista é que podia resistir ao dito vento e entrar na igreja.”
A fama de visionária de Rosa espalha-se por Mariana, Ouro Preto, São João Del Rei, sempre acompanhada de padre Xota-Diabos.
Certa feita, na Igreja do Pilar em São João Del Rei, Rosa Courana interrompe a pregação de um missionário capuchinho, gritando que ela era o próprio satanás ali presente.
Ela então é presa e mandada para a sede do Bispado, em Mariana, sendo flagelada no pelourinho e por pouco não morreu, ficando, contudo, para o resto da vida, com o lado direito do corpo semi-paralisado.
Recuperada da tortura, procura o bispo da Diocese.
Após uma série de provas – inclusive testando a resistência da pobre vexada à chama de uma vela, que por 5 minutos suportou acesa debaixo da língua! – concluem os teólogos que tudo não passava de fingimento, passando então o povo a chamá-la de feiticeira.
Para evitar novos problemas, Rosa foge para o Rio de Janeiro, sempre auxiliada e protegida pelo seu inseparável padre Xota-Diabos, agora seu proprietário legal, o qual nesta época passava dos 50 anos.
Em vez de simplesmente Rosa, após uma visão celestial, agora apresentava-se como Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz.
Montada num cavalo, dormindo em estalagens, intercalava visões celestiais com tentações carnais tendo o Xota-Diabos como o eleito de seu coração, relação íntima insinuada e comentada pelos seus próprios contemporâneos.
Rosa instala-se inicialmente numa das casas em frente à Igreja de Santa Rita, tendo sua primeira visão na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, aparecendo-lhe o Menino Jesus vestido de azul celeste, tendo na cabeça uma tiara pontifícia, “caindo no chão sem sentidos e como morta”.
Por sugestão de uma beata das muitas que freqüentavam assiduamente os templos cariocas, Rosa revela sua vida atribulada e seus dons espirituais ao Provincial dos Franciscanos, Frei Agostinho de São José.
A vida mística de Rosa impressiona vivamente os franciscanos, que a vêem cumprir todos os exercícios pios muito em voga nos séculos passados: jejuns prolongados, autoflagelação, uso de silício, comunhão freqüente.
Dão à preta Rosa o título de "Flor do Rio de Janeiro".
É nestes meados do século XVIII que o papado estimula, por todas as partes do mundo escravista, o culto a São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia, Santo Antônio de Noto (ou Catigeró), todos negros como Rosa, todos exemplos de humildade, resignação e santidade.
A beata Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, portanto, ex-prostituta como sua patrona Santa Maria Egipcíaca, vinha a calhar neste "despertar" da Igreja e poderia ser uma futura santa.
Tão logo chega ao Rio, Nossa Senhora obriga a courana, através de uma visão celestial, a aprender a ler e escrever, sendo até agora a primeira africana de que se tem notícia em nossa história a ter aprendido os segredos do abecedário.
Também por inspiração sobrenatural, Rosa Egipcíaca decide fundar um Recolhimento para “mulheres do mundo” que pretendiam como ela trocar o amor dos homens pelo do Divino esposo. Ajudada por polpuda doação de um sacerdote de Minas Gerais, seu devoto e admirador das virtudes da ex-escravizada, em 1754 é lançada a primeira pedra do Recolhimento de Nossa Senhora do Parto, onde hoje se situa a Rua da Assembleia.
Chegou a abrigar moças-donzelas e ex-mulheres da vida, sendo metade delas negras.
Madre Rosa – como então era chamada por dezenas de seus devotos – sofistica suas visões, passando a escrevê-las ou ditando para que suas escribas anotassem tudo o que via e ouvia, seja revelado pelos santos, por Maria Santíssima ou pela própria boca de Deus.
Sempre aplaudida e venerada pelo Padre Francisco Gonçalves Lopes, pelo seu frade confessor e por um capuchinho italiano, ela escreve mais de 250 folhas do livro “Sagrada Teologia do Amor de Deus Luz Brilhante das Almas Peregrinas”, onde diz que o Menino Jesus vinha todo dia mamar em seu peito e, agradecido, penteava sua carapinha; que Nosso Senhor trocara seu coração com o dela, e que no seu peito trazia Jesus Sacramentado; que morrera e tinha ressuscitado; que Nossa Senhora era Mãe de Misericórdia e que ela, Rosa, recebera de Deus o título e encargo de Mãe de Justiça, dependendo de seu arbítrio o futuro de todas as almas, se iam para o céu ou para o inferno; que ela própria era a esposa da Santíssima Trindade, a nova Redentora do mundo.
Além do hábito de pitar cachimbo, Rosa comandava certas cerimônias onde é nítido o sincretismo afro-católico: “Numa ocasião, conta a recolhida Irmã Ana do Coração de Jesus, negra natural de Ouro Preto, que na noite da festa da Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, estando a comunidade rezando a novena no coro, saiu Rosa de joelhos, cantando o Ave Maris Stella (Ave Estrela do Mar), começou a dançar em frente do altar, fazendo muitas visagens, até cair desmaiada no chão. Levantou-se então e de um balainho pequenino tirou quatro papelinhos trazidos à maneira de sorte e deu cada um a quatro irmãs, (três negras e uma branca) onde estavam escritos São Mateus, São Lucas, São Marcos e São João, dizendo que elas eram evangelistas…”
“Na capela do Parto, Rosa tirava às vezes algumas imagens do altar, dizendo que [ela] era Deus, e metia as imagens na mão de algumas irmãs e ia dançando até ao pé delas, e lá as deixava e ia buscar outra, e entrava a apertar a dança, arrodeando-as, e caía no colo de alguma irmã e ficava como estava fora de si, e depois de muito tempo, se tornava a si e começava a perguntar aquilo o que era, quem a tinha trazido para ali, e isto era quase sempre, e se não críamos, levantando-se da sua passividade, roncando, se agarrava pela goela e entrava a bater pelo chão, dando murros…” (Luiz Motti)
“entrou Rosa no coro com uma vara de marmelo dando na cabeça das recolhidas, dizendo: ABC com o que, mataste o meu Iapê, com uma vara de dimpê… Explicando que Iapê era Nosso Senhor e a vara de dimpê era a contradição que as recolhidas tinham.”
Outro aspecto da religiosidade de Rosa Egipcíaca revelador do sincretismo afro-católico, remete-nos ao próprio espírito que passou a acompanhá-la desde que se converteu: uma entidade que por mais de quinze anos vexou-a, primeiro identificado como Lúcifer, mas depois referido como Afecto.
"Tal espírito faz-nos pensar em Avrektu – cuja semelhança fonética com Afecto é evidente, um anjo ou mensageiro de luz da cultura Jeje da Nigéria, vizinha próxima da região natal de Rosa Coura. O Avrektu é um misto de mensageiro do além e espírito protetor, através do qual Rosa profetizava o futuro."
No recolhimento do Parto, as freiras entravam em transe quase diariamente, as vezes, diversas vezes por dia.
Quando o Espírito baixava na comunidade, “sempre ficava ao menos uma ou duas espiritadas sem estar atacada”.
Muitos fiéis freqüentavam o Recolhimento do Parto, alguns para ouvir os conselhos da Mestra, outros para buscar suas relíquias, notadamente uma espécie de biscoito feito com a saliva de Rosa, amassada com farinha, que era guardada para esse fim, e a que seus devotos reputavam o poder de curar todas as enfermidades.
Profetizando que o Rio de Janeiro ia ser inundado e destruído do mesmo modo como acontecera em 1755 com o terrível terremoto de Lisboa, Madre Rosa convence dezenas de famílias a refugiarem-se no Recolhimento, garantindo que seriam os únicos sobreviventes ao dilúvio e que essa nova Arca de Noé iria cruzar o mar oceano para encontrar-se com o Rei D. Sebastião – desaparecido há dois séculos nas areias do Marrocos , o qual tinha escolhido a negra Rosa para sua esposa, e que deste matrimônio e de seu ventre nasceria o novo Redentor da humanidade. Rosa foi dentre todos os sebastianistas, a que mais ousou em suas profecias!
Não foram tanto os vaticínios não cumpridos nem seus êxtases e revelações de características epileptóides a causa da derrota de Madre Egipcíaca: seu erro foi indispor-se com o clero carioca por ter ralhado com alguns sacerdotes que davam mau exemplo conversando na igreja durante as cerimônias sacras, sendo denunciada ao Bispo sobretudo após ter retirado à força da igreja de Santo Antônio uma senhora da sociedade que se comportava com menos compostura.
Dezenas de testemunhas passam a denunciar as excentricidades da preta beata: aí então se revelam todos os seus desatinos religiosos, como dizer-se mãe de Deus, redentora do universo, superior a Santa Teresa, objeto de verdadeira e herética idolatria em seu recolhimento, além de capitanear rituais sincréticos igualmente suspeitos.
Após quase um ano presos no aljube do Rio de Janeiro, Rosa e o padre Xota-Diabos são enviados para Lisboa, sendo ouvidos pelo Santo Ofício, em 1763.
O padre em poucas sessões do inquérito declara ter sido enganado pela falsidade da negra, alegando ser pouco letrado em teologia e ter-se fiado na boa opinião que o Provincial dos Franciscanos dela fazia.
Pede perdão de sua boa-fé e excessiva credulidade: tem como pena o degredo de cinco anos para o extremo sul do Algarve, além de perder o direito de confessar e exorcizar. Se verdadeira ou falsa sua arrenegação da fé em sua ex-escravizada, filha espiritual e possível amante, nunca poderemos saber.
Rosa, por sua vez, insiste em muitas sessões que nunca mentiu nem inventou coisa alguma: confirma que todas suas visões, revelações e êxtases foram reais. De fato, ela acreditava ser uma predestinada e que Deus em sua misericórdia a tinha escolhido para revelar ao mundo seus desígnios.
Enquanto os inquisidores insistem para que diga a verdade, revelando tudo não ter passado de fingimento para chamar atenção sobre sua pobre figura, Rosa diz ao contrário: “Tudo vi e ouvi!”
Quatro de junho de 1765 é a última sessão de perguntas à vidente afro-brasileira: neste dia ela narra uma de suas visões. Que estando para comungar ouviu uma voz sobrenatural que lhe dizia: “Tu serás a abelha-mestra recolhida no cortiço do amor. Fabricareis o doce favo de mel para pores na mesa dos celestiais banqueteados, para o sustento e alimento dos seus amigos convidados.”
"A partir daí, inexplicavelmente, interrompe-se o processo de Rosa. Dos mais de mil processos de feiticeiras, sodomitas, bígamos, falsas santas e blasfemos que pesquisei, não encontrei outro que ficasse inconcluso, pois sempre os inquisidores eram muito minuciosos em anotar o desfecho do julgamento: a pena a que foi condenado o réu, se morreu de doença no cárcere, se houve suicídio, se foi mandado para a fogueira ou para o degredo, etc. Inexplicavelmente, o processo de Rosa tem como última página este registro dos inquisidores: “Por ser avançada a hora lhe não foram feitas mais perguntas, e sendo lidas estas anotações e por ela ouvidas e entendidas, disse estar escrita na verdade, e assinou com o Senhor Inquisidor, depois do que foi mandada para o seu cárcere.” ( Luiz Motti)
Comparando suas culpas com a de outras beatas e embusteiras processadas pelo Santo Ofício da Inquisição, avaliamos que deveria ser condenada à pena dos açoites e degredada por cinco anos para o Algarve, aliás, como foi o caso de outra afro-brasileira, a angolana Luiza Pinta, esta sim, verdadeira “mãe-de-santo” de um calundu, muito mais ligada às raízes africanas do que Madre Rosa.
Duas hipóteses quanto ao inédito fim desta história: ou a preta Rosa, como era depreciativamente referida no processo inquisitorial, ex-Madre Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, morreu incógnita no cárcere inquisitorial, de doença natural ou velhice, esquecendo-se pela sua insignificância, o notário ou o médico do Santo Ofício de registrar no processo o seu falecimento, ou, então, quem sabe, o próprio Menino Jesus encarregou-se de libertar e levar sua velha mãe-de-leite direto para o céu, agradecido e saudoso do aconchegante colo de sua preta tão querida!
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Fontes:
https://luizmottblog.wordpress.com/artigos/rosa-egipciaca-uma-santa-africana-no-brasil/

http://diamantina.cedeplar.ufmg.br/portal/download/diamantina-2006/D06A001.pdf

http://www.koinonia.org.br/oq/artigos-detalhes.asp?cod=12663

ROSA EGIPCÍACA: UMA SANTA AFRICANA NO BRASIL, Rio de Janeiro, Editora Bertrand do Brasil, 1993, 750 p. Luiz Motti.

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