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Mostrando postagens de junho, 2017

Meu Cartão Diamante, por Mestre Cobra Mansa

Ao chegar em casa à noite, encontro um pequeno envelope com meu nome. Quando o abri, lá estava o tão esperado cartão SMILES DIAMANTE DA GOL! Imaginem a minha satisfação: depois de anos enfrentando filas de aeroportos nacionais e internacionais, o cartão da Gol Diamante me oferecia prioridade no check in e vários outros benefícios. Com o cartão nas mãos, comecei a me sentir como se fizesse parte de um grupo seleto de cidadãos viajantes! Eu não era mais um simples passageiro, mas um passageiro com o cartão SMILES DIAMANTE DA GOL! Dentro do cartão, uma cartilha anunciava: “PARABÉNS VOCÊ É UM SMILES DIAMANTE!”, “queremos retribuir com privilégios a sua fidelidade.” Um misto de euforia e curiosidade tomava conta de mim. Com o folheto em mãos, lia os benefícios que me anunciavam e me sentia cada vez mais um cliente especial! No entanto, quando abri a contra capa me deparei com uma foto de um modelo branco, de olhos azuis, atendendo um celular. Na terceira página, outra foto, dess

KALA - Dikenga, o cosmograma Bakongo

Tempo Cósmico Bakongo. Cosmograma Bakongo Dikenga "A pessoa humana é um segundo sol que se levanta e se põe ao redor da terra. Ele tem que levantar-se como o Sol, para Kala, ser, ser, acender fogo. O conceito de Kala e Kalazima está associado com a escuridão, é usado como símbolo da emergência da vida, o mundo físico (ku Nseke). O Ngunza, mestre espiritual, está associado com as forças detrás deste conceito e este processo.  Kala é a vontade mais forte da existência de Muntu (a pessoa humana), tal como encontramos em suas experiências diárias: Kala / ba muntu- uma pessoa humana, um ser útil Kala / ba n'kisi a kanda- a medicina da comunidade Kala / ba nkasi a kanda- um líder da comunidade Kala / ba nganga- um especialista, verdadero conhecedor, maestro, fazedor Kala / ba n'kingu a kanda- o principio da comunidade Kala / ba kimpa mu bimpa- um sistema dentro dos sistemas Kala / ba diela mu bimpa bia muntu- sabio e sensível aos sistemas humanos Kala / ba ka

Maria Felipa de Oliveira, por Lucas Borges dos Santos

Maria Felipa: Heroína Brasileira Figura de destaque nas batalhas pela independência ocorridas em Itaparica, Maria Felipa de Oliveira é descrita como negra alta e audaz que, sendo uma forte liderança em sua comunidade, tornou-se fundamental na organização da resistência insular. Segundo depoimentos, ela nasceu na Rua das Gameleiras dentro do município de Itaparica e morou num casarão chamado de “convento”, na Ponta das Baleias. Os quartos do prédio eram alugados para pescadores, marisqueiras, armadores entre outros. É descrita sempre vestida com saia rodada, bata, torso e chinelas. Sem data de nascimento definida, a Profª. Filomena Modesto Orge do Instituto Afrânio Peixoto, que elaborou o relato da heroína, de acordo com descrições contidas nos relatos orais colhidos acredito que ela seja descendente de escravos sudaneses. Liderando um grupo de mulheres e de homens de diferentes classes sociais e etnias, a Heroína Negra da Independência, como é conhecida, organizou o envio de

Ganhadêra de Cairú. Mo Maiê feat Anderson Petti

                  Dos maiores prazeres desta vida: poder criar música com parceiros que vibram na mesma intensidade musical e que bebem das saborosas águas das fontes ancestrais!  Esse é  Anderson Petti , do Duo  BAVI Berimbau Aparelhado Violão Inventável , que esteve com a gente na gravação de "Ganhadêra de Cairú", no projeto  # WRdePortasAbertas .  Ganhadeira de Cairú. Mo Maiê . Direção musical e arranjo:  Adrian Estrela Feat. Gabi Guedes, Duda Almeida e B.A.V.I Berimbau Aparelhado Violão Inventável  Audiovisual:  Boa Viagem Tropical

A senda griô: da África ao Brasil

Na África Malinké, o Djeli: Sabemos que a África é um continente muito grande e diverso em aspectos culturais, sociais, econômicos, políticos, linguísticos, naturais, etc. Ainda assim, tem coisas que fazem parte da ancestralidade da grande maioria dos povos africanos, entre eles a figura do "griô", seja este homem ou mulher. A palavra griô encontra-se em crise conceitual entre mestras e mestres dos saberes populares em várias regiões da África e em regiões do atlântico negro herdeiras da diáspora africana, por ser uma palavra imposta colonialmente.  Assim, a palavra "griot" foi criada pelos franceses para referir-se à tradução do termo "dieli" (Jéli ou Djéli), palavra encontrada na África Malinké (Mandengue), que designa o cidadão que tem por missão a transmissão do conhecimento de uma tribo ou de um povo através das gerações. Ao que parece o termo "griô" não é totalmente bem aceito entre os djelis africanos, no entanto, ela se e

De onde eram os africanos escravizados que vieram para o Brasil? (Parte II: A contribuição Bantú)

Itaparica/Salvador (BA), março/junho de 2017                                             O tráfico de escravizados no transatlântico foi “o maior deslocamento forçado de pessoas a longa distancia na história da humanidade. Foi o maior demancial demográfico para o repovoamento das Américas após o colapso da população ameríndia. Cerca de quatro entre cada cinco mulheres que atravessaram o Atlântico vinham da África.” (ELSTIS, David apud MALANDRINO, 2009 ) Há três anos atrás escrevi um pequeno texto sobre a origem dos africanos escravizados que vieram para o Brasil. Notando o crescente interesse da comunidade brasileira pelo tema, percebi a necessidade de um aprofundamento nesta pesquisa. Então decidi escrever, aos poucos, novos textos, dando continuidade à busca por respostas a esta pergunta que tanto me provoca, tendo em vista aprofundar nas informações sobre os povos originários e sua relação com os fluxos da diáspora e do povoamento das Américas, mais especificamen

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