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Mostrando postagens de novembro, 2017

Maafa, por André Barata

MAAFA TEXTO ESCRITO POR ANDRÉ BARATA A cultura portuguesa ostenta, ainda hoje, escassíssima consciência de um facto histórico indisputável: Portugal escravizou ao longo de três séculos um número de pessoas bem superior ao da sua população à data da abolição da escravatura e foi responsável por quase metade de toda a escravização africana ao longo do período colonial.  Milhões, pelo menos três — talvez cinco ou mesmo seis —, são a nossa conta no multissecular facto a que a antropóloga africanista Marimba Ani chamou em Swuali ‘Maafa’: o grande desastre. Depois, há este outro facto: a desmemorização que o nosso antigo regime fomentou e que vai passando incólume por revoluções, descolonizações, pelas décadas de democracia para além das décadas de autoritarismo. A culpa não é dos historiadores. Logo em 1963, em “Relações Raciais no Império Colonial Português”, Charles Boxer desmistificou essa ideia de cordialidade multirracial alimentada por Salazar. Mas história e memória não se

Saber de Si: Vivência: Corpo & Cabaça.

Laboratório Corpo Cabaça: Movimentos com Xekere, Respiração e Cantos (Só para mulheres)  Comemorando as festividades de Yemanjá, a finais de janeiro de 2018, te convidamos a participar da vivência Corpo Cabaça na Casa das Águas Mãe Preta, no Morro da Sereia, Rio Vermelho, Salvador da Bahia. Corpo & Cabaça propõe um mergulho dentro do próprio corpo a partir de exercícios de respiração, cantos ancestrais e movimentos corporais com cabaças e Xekeres, a fim de acessar memórias primordiais bloqueadas ou esquecidas. MúsicaDança nos convida a gingar entre duas realidade e fazer girar a própria roda da vida. Na Afrika, a cabaça e o Xekere estão conectados com tudo o que diz respeito à ancestralidade feminina e aos ciclos das águas, ao domínio  das chuvas e fertilidade dos campos. Neste laboratório, os mitos africanos que envolvem a cabaça e o Xekere tornam-se a ponte de conexão entre os corpos dos participantes, propondo experimentar a essência da filosofia Bakong

O tambor e a Ancestralidade

Tamani, tambor falante. Marcado pelas formas de uma ampulheta do tempo . . . Conta-se que para o povo Malinké, antes de cortar uma árvore para fazer um Djambé, é necessário pedir licença para o espírito daquela árvore.  . Se a licença for permitida, aquele Djambé Foulá (tocador de Djembé) será protegido por este mesmo espírito, cada vez que for tocar aquele Djambé. . Tambor nasce da força da terra e da seiva que mora na árvore. Tambor nasce do espírito de uma árvore. Nasce da força do animal que deu seu couro para ser tocado. Nasce como nasce um #muntu - um ser vivente. Nasce para ser coração encarnado. Para o povo Bakongo, a árvore está conectada com o Tempo. As raízes são moradas onde descansam os ancestrais. O tronco e os galhos representam nosso próprio Tempo, o Mundo Material.  . O Tronco conecta a Semente lá no Profundo da Terra (na posição do #Diekenga chamada #Mussoni ) ao galho mais alto (na posição #Tukula). Tambor Transmite Mensagens dos Céus Pra Terra.

Ayán, Uma Poética Intertextual, por Inaicyra Falcão

Inaicyra Falcão Texto publicado no livro  Pluralidade Cultural e Educação , org. Narcimária Luz, Secretaria da Educação e Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil - SECNEB, Salvador, 1996. . AYÁN, UMA POÉTICA INTERTEXTUAL, por Inaicyra Falcão . INTRODUÇÃO O argumento que pretendo desenvolver neste estudo, é que, para se pensar na tradição africano-brasileira, como forma verdadeiramente expressiva na criação artística, torna-se necessário levar em consideração, os valores da cultura em questão. Considerando-a como agente de integração que pode estabelecer uma coerência, uma organicidade entre a tradição de um povo, e o conhecimento da arte teorizado, possibilitando o enriquecimento da nossa cultura. Trata-se da busca na criação artística, e consequentemente a origem de uma proposta pluricultural na dança-arte-educação brasileira, através da história do indivíduo e da mitologia. Examinando também nesta experiência, a possibilidade de uma base de expressão, den

Oumou Sangare - Iyo Djeli

Liagali Mukaiba . Oro Omo Tobi

tocar xekere: a arte de saber cair

Yosvany Terry e o Sekere Comecei a escrever inspirada por uma entrevista que vi de uma série chamada Math Science Music , que trata de conexões entre música e matemática. Neste capítulo, o apresentador Vijay Iyer conversava com Yosvany Terry, músico cubano que é saxofonista e virtuoso na arte de tocar Xekere. Yosvany Terry foi iniciado por seu pai, que aprendeu a tocar o instrumento dentro do universo religioso das tradições afrocubanas de linhagem Yorubá.  Muito interessante como ele e o apresentador foram tecendo um caminho de metalinguagem entre a sonoridade que sai do xekere e  o entendimento da corporeidade  como característica fundamental no processo de tocar este instrumento. Terry dizia que para tocar a cabaça é preciso tocar com o corpo todo, já que é o movimento do corpo que transmite a vibração para o instrumento e vai influenciar diretamente no groove da execução. Devido a seu alto teor orgânico, este processo é impossível de ser transcrito para os padrões rítm

O mundo e os movimentos da Kalunga . Laboratório Corpo Cabaça

A Mulher e a Cabaça Corpo Cabaça propōe um mergulho dentro do próprio corpo, a partir de exercícios de respiração, cantos ancestrais e movimentos corporais com cabaças e xekeres, a fim de acessar memórias primordiais bloqueadas ou esquecidas. MúsicaDança nos convida a gingar entre duas realidade e fazer girar a própria roda da vida. Cabaças e Xekeres representam uma conexão muito antiga com a Ancestralidade Feminina.  Na Afrika, o Xekere está conectado com tudo o que diz respeito aos ciclos das águas, ao domínio das chuvas e  fertilidade dos campos. Para os Bakongo a fronteira entre os mundos dos vivos e dos ancestrais é considerado como um corpo de água, seja um rio (Nzadi, o grande rio) ou o mar (M'bu), o início e o fim da existência. Neste laboratório, alguns mitos afrikanos que envolvem a cabaça e o xekere tornam-se ponte entre os corpos dos participantes e os fundamentos da filosofia bakongo e sua cosmopercepção, propondo experimentar a filosofia a pa

elos perdidos . africa brasil

elos perdidos . africa brasil trata.se de perpassar e proteger rotas da memória, portais e elos perdidos do tempo.                                todas estas informações que chegam e nos invadem 

DJALÔ. VIVÊNCIA DE CONFECÇÃO DE XEKERES em ARACAJU

Djalô. Vivência de Confecção de Xekeres em Aracaju . A vivência *Djalô . Confecção de Xekerès* te convida a adentrar no universo mágico da confecção deste instrumento de percussão presente em vários territórios do oeste afrikano, em países como Nigéria, Togo, Gana, Benin, Mali, Serra Leoa e Costa do Marfim.  . Facilitada pela musicista, pesquisadora e luthier Mo Maiê, a vivência acontecerá na Sede do Grupo de Capoeira Angola Abaô, na capital de Sergipe. . Aprenderemos como confeccionar um Xekerê passo a passo, conhecendo sua  história, técnicas de trançado, geometria sagrada, cuidados com a cabaça e introdução a ritmos ancestrais, permeado pelos fundamentos da Filosofia Bakongo. . Para acessar o link da vivência no Facebook > https://www.facebook.com/events/804647406404275/

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