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Mostrando postagens de maio, 2018

Festival Movimenta Rosário dos Pretos

Festival Movimenta Rosário dos Pretos A cidade de Mariana é uma das cidades brasileiras com maior índice de cidadãos autodeclarados negros no Brasil. Se a cidade é essencialmente negra, o bairro do Rosário representa um dos pontos de maior convergência de suas riquezas e raízes histórico-culturais ligadas às manifestações afro-brasileiras e, em especial, afro-mineiras. Com uma vista privilegiada da cidade, o Rosário é morada de diversos artistas plásticos, músicos e integrantes de grupos culturais e religiosos, q ue trazem consigo sabedorias ancestrais ligadas à resistência negra e a culturas de matriz africana na cidade de Mariana e região, bem como símbolos históricos deste universo, como é o caso da Igreja do Rosário. Dentro deste panorama nasce o “Movimenta Rosário dos Pretos”, uma iniciativa coletiva, sem fins lucrativos, gerada a partir do encontro entre moradores e admiradores do bairro, artistas, estudantes, participantes de movimentos culturais e étnico-raciais de Maria

O colapso. O Kaos. A Violência. A Contradição Da Palavra Griô

Pintura de Oswaldo Roberto Griot (in memorian) É ... Talvez eu seja mesmo encarnação de contradições ...  É o que muitas vezes sinto. Sou a encarnação da contradição ... Vivo num mundo contraditório, num país estruturalmente contraditório ...  Vivo dentro dum sistema opressor e contraditório.  Me expresso duma maneira contraditória ...  se é linguagem falada ou se é linguagem escrita.  A linguagem me paralisa num círculo vicioso e limitado, sem o sabor libertário e expansivo do espiral.  A língua me atrapa, não me deixa alcançar uma plenitude de comunicação.  A linguagem não me deixa me comunicar.  Não consigo expressar com linguagem estruturada o que sinto.  A língua limita meu pensamento. A palavra . A palavra estupra meu pensamento. É assim que me sinto. Como uma mulher estuprada.  O outro não consegue entender o que eu quero dizer. Uma palavra mal dita e pronto - Lá evém pedrada.   "A Kalunga é Violenta". Foi o que

Chiquinha Gonzaga: uma compositora brasileira

O famoso  Corta-jaca,  nome com o qual o tango  Gaúcho  se popularizou, é uma das músicas mais gravadas e conhecidas de Chiquinha Gonzaga ao lado de  Ó abre alas ,  Lua branca  e  Atraente . Nasceu nos palcos dos teatros musicados, onde foi dançado na cena final da opereta burlesca de costumes nacionais  Zizinha Maxixe , imitada do francês por autor anônimo, representada no Teatro Éden Lavradio, em agosto de 1895. O ator Machado Careca (José Machado Pinheiro e Costa), autor anônimo da peça, terminou por colocar versos na música do  Corta-jaca,  ajudando a popularizá-la, sobretudo depois que sua versão foi gravada em disco pelo duo Os Geraldos. Ao longo da história, o  Corta-jaca  frequentou outros palcos e repertórios: café-cantante, chope-berrante, rodas de choro… Mas foi no Palácio do Catete, em 1914, que ele atingiu a glória. Executado ao violão pela primeira-dama Nair de Teffé, causou escândalo político e terminou por apelidar a administração de Hermes da Fonseca. A rea

A magica geometria sagrada dos Chokwe

Um dia o Sol foi visitar Deus. Deus deu ao Sol uma galinha e disse: "Volte pela manhã antes de partir".  De manhã, o frango cantou e acordou o sol. Quando o Sol foi para Deus, Deus disse: "Você não comeu o frango que eu lhe dei para o jantar. Você pode ficar com o frango, mas voltar aqui todos os dias." É por isso que o Sol circula a terra e sobe todas as manhãs. A Lua também foi visitar Deus e recebeu uma galinha. De manhã, o frango cantou e acordou a lua. Mais uma vez, Deus disse: "Você não comeu o frango que eu lhe dei para o jantar. Você pode ficar com o frango, mas voltar aqui a cada vinte e oito dias". É por isso que o ciclo da Lua dura vinte e oito dias. O humano também foi visitar Deus e recebeu uma galinha. Mas o humano estava com fome depois de uma longa jornada e comeu parte do frango para o jantar. Na manhã seguinte, o Sol já estava alto no céu quando o humano acordou, comeu o resto do frango e correu para ver Deus. Deus

Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil

E m maio se comemora o mês da Áfrika. 🌹 Rosa Maria Egipcíaca é simplesmente a primeira africana-brasileira a ter escrito um livro, do qual restaram páginas manuscritas. A mulher negra e africana do século XVIII, tanto em África como na diáspora afro-americana e no Brasil, sobre quem se dispõe mais detalhes documentados sobre sua vida, sonhos, escritos e paixão. Hoje saiu texto em homenagem a esta mulher. Parece que a força dela anda reverberando pelas ruas da cidade de Mariana. Nos levando a relembrar do que não podemos mais esquecer .. . Chamada por alguns de santa e por outros de puta, a preta Rosa Egipcíaca por aqui passou maus bocados com as pressões advindas da Igreja, mas também das próprias mulheres desta sociedade tradicional e opressora, sede do poder católico em Minas Gerais. "Vou aprender a ler, para ensinar meus camaradas". Abaixo um texto sobre a vida de Rosa baseada em um texto de Luiz Motti, o escritor do livro ROSA EGIPCÍACA: UMA SANTA AFRICANA NO

Árvore da Memória: Elaine Una

Estamos aqui nessa terra sagrada que é Pernambuco, debaixo de um tamarineiro centenário e estou muito feliz, ao lado de uma mulher muito especial, que vai partilhar com a gente um pouco de suas histórias! Debaixo de um tamarineiro centenário, fomos ouvir as histórias de Elaine Una Meu nome é Elaine Una, na verdade meu nome é Elaine Gomes, mas essa coisa do Una veio já  dessa busca destas memórias dessa minha relação indígena brasileira ... Eu fui conversando com as pessoas da minha família para tentar entender de onde a gente vinha, porque minha avó fenotipicamente era indígena e essa memória se perdia na minha família e as pessoas não conversavam sobre essa grande diferença que existia entre as feições e os traços dela e do meu avô, que já tinha o fenótipos de branco, português… E as pessoas tratavam com muita naturalidade, chegando até a mim essa mistura eu fiquei interessada em saber … E aí conversando com algumas pessoas da minha família, me diziam "A gente veio d

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