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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Árvore da memória: Dimitri Dracius e os Caminhos da Mandinga

Aula de Ladja e Danmye . Permangola 2018 Dimitri Dracius nos fala um pouco sobre sua vida e sua conexão com a Capoeira e a Ladja, luta marcial da Martinica, seu país de origem,  a Martinica . . . Meu nome é Dimitri Dracius. Nasci na Martinica. Sempre fui uma criança que gostava de dançar. Eu gosto do ritmo. Meu pai era apaixonado de salsa, apaixonado de percussão. Então eu nasci numa casa que tinha muita música.   Principalmente do Caribe. A Martinica é um lugar com 95% de negros. Então, uma cultura musical, uma cultura de dança. A gente tem várias danças. Tem o Zouk, tem música tradicional, mas ao mesmo tempo eu não tinha muita ligação com isso.  Eu nasci dançando. Quando cheguei na idade de 13, 14, 15 ... gostava de brincar um pouco de imitar as pessoas da Ladja com amigos. A gente tentava fazer o golpe para imitar eles,  mas neste tempo a gente não valorizava nossa cultura. Com 18, 19 anos eu fui pra Canadá.  Lá eu descobri a Capoeira Angola e ao mesmo

A poética da Cabaça

olhar: não é ver . ouvir: não é escutar. ao passo que refinamos nossos sentidos, adentramos num mergulho sinestésico na natureza mais profunda das coisas do universo. Cabaça. Este nome (que em árabe - kara bassasa - quer dizer "abóbora lustrosa") designa uma das primeiras plantas a serem cultivadas no mundo, não apenas para uso alimentar, como para uso  doméstico, culinário e também espiritual.  À primeira vista u ma cabaça pode não te dizer nada. Mas para muitas cosmovisões afrikanas e indígenas, a cabaça tem significados reveladores e metafísicos sobre a própria existência humana. Na mitologia yorubana a cabaça está presente em Ytans de mais diversos orixás, sendo associado à Oduduá, às Ya Mis, a Obaluaê, a Nanã, a Orumilá, a Exu ... Aqui uma lenda yorubá chamada Igbadu (A Cabaça da Existência), belíssimo texto de Adilson de Oxalá: (...) Devo lembrar-te de que, se hoje és detentor do poder sobre os 16 destinos, deves a mim este privilégio, ou po

Donso: Os caçadores do Oeste Afrikano

Tradicionalmente, nos rituais feitos pelos Donso (caçadores) na Afrika Ocidental, o SORA (o cantor) é acompanhado por um ou mais jovens músicos tocando KARIGNAN, um instrumento de percussão feito de metal.  Na maioria das vezes, tocador de Karignan também é um `NAAMU TIGI`, uma pessoa que responde com uma frase naamu ou outra, o que confirma que o cantor está sendo ouvido com atenção. Naamu també m aponta a importância das letras.  A música dos caçadores malienses, como a música dos griots, é composta de versos, em que a história está incluída, e o coro, que realmente define a música, é repetido por jovens músicos que acompanham o cantor principal. As melodias de donso ngoni, que são tão numerosas como as músicas que lhes são cantadas, são um elemento muito importante desta música.

Kalunga e o direito: a emergência de um direito inspirado na ética afro-brasileira. Por Sérgio São Bernarco

“G ingar   é   ir de encontro ao outro ” ! As organizações políticas, comunitárias e tradicionais no continente africano e na diáspora [1]  atestam uma forma costumeira e conciliadora de lidar com os conflitos – em relação à natureza e a sociedade – nos influenciando numa dimensão contingencial da experiência civilizatória africana no Brasil e nos dando um caminho de como articular novas bases ético-jurídicas para pensar o direito numa ótica emancipatória. Observamos, logo, de início, que a tentativa aqui, é tanto mais epistemológica tanto quanto de produção cultural e, que, estas perspectivas serão sempre trazidas como um discurso de origem e não de finalidade. Os Bacongos, aqueles povos do antigo Reino do Congo que, hoje, estão localizados nas regiões onde se encontram os países: Angola, Congo, Brazaville e Gabão, nos apresentam uma narrativa de mundo e uma consciência cósmica extremamente valiosa para interpretação da realidade dos africanos e seus descendentes em todo o mundo.

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