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Mostrando postagens de 2013

Conto de Yemanjá . Coleção Djalo

C O L E Ç Ã O  .   D J A L O     .   RAVAL     . . . BARCELONA. . .   2008 contos dos orixás conto de YEMONJÁ  By Mo Maiê (Brasil) Narradora Lulu (Costa Rica) Abaixo vai o "Conto de Yemanjá", um happening musical gravado com a participação de vários amigos músicos em Barcelona, na Espanha, em 2008, em um estudio na cidadezinha "La Floresta". O conto faz parte do projeto fonográfico "Contos dos Orixás", que virou CD no selo independente do grupo Vira Saia "Aparando a grama".              Mo Maiê · Cuento De Yemanya

Estórias do Agbè ou Xekerê

Agbè ou Xekere Abê (ou Agbê ou Xequerê )  é um instrumento que se relaciona com o corpo inteiro. Enquanto a Alfaia traz o peso da marcação ao maracatu, o xequerê dá leveza e molejo ao ritmo. U m instrumento de percussão à maneira de um chocalho, o xequerê é formado por uma cabaça revestida por uma malha de contas.  Toca-se o agbê segurando na cabaça e balançando-a de um lado a outro fazendo com que a malha de contas repercuta na sua parte externa. Historicamente, o agbê nunca fez parte de um conjunto de maracatu.  o Agbê é  Originário de Áfrika (Entre Mali, Nigéria, Benin, Gana ...), chegou ao Brasil pelas habilidosas mãos dos antepassados escravizados,  firmando-se como instrumento imprescindível dos grupos de afoxé de Salvador, Bahia e Recife, Pernambuco - herança de Áfrika.  É no final da década de 80 que o Afoxé começa a se tornar comum no Carnaval de Recife.  São criados então vários grupos que hoje mantém maravilhosamente bem essa tradição.  Anos mais tarde (mais preci

Samba de Roda

a bahia inspira. essa cidade caleidoscópica chamada salvador, arrodeada de ilhas e sertões de veredas sem fim. onde nasceu o samba onde nasceu a roda. onde a cada dia o samba e a roda se reinventam. renascem. a roda da capoeira, a roda do samba, a roda da própria vida. pra que aconteça a partilha a troca a multiplicação... tanto se fala do samba, o ritmo brasileiro por excelência.  tanto se fala do samba, que ganhou amplitudes e nuances mundias e refinadas no rio de janeiro. mas  pouco se fala sobre a manifestação cultural chamada "samba de roda", que deu origem ao samba, como se conhece nos dias de hoje. Foi pelo recôncavo baiano, pelas cidades ou vastas plantações de cana de açúcar que se registraram os primeiros sambas de roda, datados de 1860. Nasceu acompanhado por negros atabaques, ganzás e reco-reco, com claras características africanas - como canções feitas em formato "solista chama e o coro responde" e a presença marcante da dança durante a exec

Kalunga

  Kalunga do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassú Matamba (Maracatu) Lua, luanda, me enluarou Quando Oyá Matamba por aqui passou Bola de fogo lumiava o ar,  a força do vento balançava o mar Dentro do universo artístico/cultural/espiritual em que vive o maracatu, existe um objeto mágico chamado Kalunga, que tem o poder de conexão do plano dos vivos com o plano dos mortos. Assim, resguarda em seus axés e benguês a memória dos Eguns (espíritos dos mortos), dos ancestrais daqueles que fazem parte de uma nação de Maracatu, trazendo força e proteção ao grupo e a cada um como indivíduo e suas famílias.  Para Mário de Andrade, a origem da palavra Maracatu é indígena:  maracá =instrumento ameríndio de percussão;  catu =bom, bonito em tupi;  marã =guerra, confusão.  Marãcàtú , e depois  maràcàtú  valendo como guerra bonita, isto é, o simbolismo da festa e da guerra, juntos e misturados.  Nas línguas de origem bantu, a palavra Kalunga também quer dizer Oceano.  Para os afrik

Uma Valsa Chamada Lívia

juro que não tinha pensado mesmo em escrever começando assim. com essa partitura. nem tinha relacionado que justo hoje falei com minha vó de manhã. e ela é a musa inspiradora dessa canção. e esse texto tem totalmente a ver com minha vó porque antes de sair de casa conversei com ela. e fui pra aula e por todo o caminho fui olhando pra cidade... e a cidade olhando pra mim. eu entendo totalmente porquê minha vó acha que eu sou completamente maluca de morar em salvador, sem dinheiro, no morro, sem carro, estudando pra ser músico!  Mas eu sei que ela entende também porquê eu estou aqui. eu vim atrás de grandes mestres. mas nem precisa ser chamado assim.  Eu fui olhando quando a cidade olhava em mim. eu vi tanta coisa, vó: nossa, o centro então, tive que ir caminhando pelo centro e parei de repente de  andar depressa, com a pressa dentro de minha barriga. comecei a respirar profundo, com aquela música do Milton (Nascimento) na cabeça: o que vocês diriam dessa coisa que não da mais  pé o qu

Os Afrodescendentes na Argentina, por María de Lourdes Ghidoli

Esse artigo foi publicado na revista "Los Afrodescendientes en la Construcción del país", escrito por  María de Lourdes Ghidoli El negro Biguá "En la caricatura unitaria Biguá, grotesco e  inflado, era el loco inseparable del otro loco Rosas ... se decía que los juegos del tirano habían causado la muerte del bufón, plantándole su pata de caballo en la barriga. La risa que provocaba el pobre negro se trocaba en lástima, repentinamente"  . José Luis Lanuza, Morenada. Una historia de la Raza Africana en Buenos Aires (1946) La estampa conocida como "Biguá en la Alameda" fue realizada entre 1841 y 1845 en la Litografía de las Artes  de Carlos E. Pelligrini y se desconoce su autor. En una primera opinión, Bonifacio del Carril refería que  "todo hace suponer que en su ejecución intervino la mano de algún dibujante inglés, de técnica verdaderamente depurada"  aunque tiempo después, señaló que  "las figuras de los personajes recuerdan sugesti

uma carta por recordar Augusto Omolu, por Julia Varley

Esse artigo foi extraído de uma carta escrita por Julia Varley (Dinamarca) sobre o mestre  Augusto Omolu, Mestre  de "Dramaturgia da Dança dos Orixás" -  morto assassinado em Salvador, no ano de 2013. "Querido Augusto, Você tinha me dito que só assumiria sua responsabilidade de pai-de-santo no candomblé, sua religião desde que nasceu, depois que completasse sua missão artística. Quando a idade não te deixasse mais dançar nos teatros, você voltaria a viver permanentemente no Brasil e assumiria o papel que o velho pai-de-santo do seu terreiro de Salvador te indicou antes de morrer. Sempre acreditei nisso. E no entanto… Tem horas que eu fico furiosa com você porque permitiu que te acontecesse o impensável, aquilo que não queríamos aceitar ou acreditar ao receber a notícia, aquilo que talvez não tenha sido conscientemente desejado pela pessoa ou pelas pessoas que usaram uma faca contra você. E assim, de um dia para o outro, só podemos falar com você através de nossas

Estreia do Maracá em Salvador

Então o que dizer desse processo de criação, concepção, pré-produção, assessoria de imprensa, administração do pequeno espetáculo Maracá em Salvador, na Bahia? Poxa, nem sei por onde começar .... O que começou como uma coisinha pequena, uma idéia, sempre termina sendo realizado por tanta gente, meu Deus.... e no caso de uma produção independente, então... Ontem, no dia da segunda apresentação no Teatro  Gamboa Nova, (...)  E agora, já passados alguns dias, continuo esse relato e me dou conta de que cuidei de tantas coisas dessa produção que deixei de cuidar de mim mesma, de minha própria performance, meu próprio figurino, minha própria maquiagem.... ôxi! Trabalhar com arte independente no Brasil nunca foi e nem será tarefa fácil! São muitos os artistas que querem mostrar seu trabalho, são poucos os lugares que oferecem aos artistas boas condições para que isso aconteça sem fazer um rombo no bolso! Foram mais de quinze pessoas entre artistas e equipe técnica que deram a força pa

augusto omolu

saudades desse grande mestre, Augusto Omolu, meu professor da dramaturgia da dança dos orixás.... sinto que devo parar com calma para tentar escrever sobre como esse homem transformou meu caminho na dança...........................

A Dança do Transe Gnaoua. Por Mo Maie

os espíritos que iluminam a noite, os espíritos que sopram através do vento, os espíritos que caminham pelas florestas e desertos, os espíritos que fazem tremer montanhas, Os espíritos que enfrentam a tempestade, um cavalo de vento que reina sobre o mar e sobre as espumas do oceano ... somos escravos da pele recém-marcada. seja testemunhas destas marcas, que nunca vão se apagar ºº Canto gnaoui os gnaouas Este ano participei do projeto Dança Afro: Corpo em Estudo. Uma proposta super interessante, em que tivemos vivências com várias mestras e mestres de distintas modalidades de dança afro em Salvador e, ao final da experiência - que durou quase um mês, cada participante concebeu uma proposta de aula de dança. Em minha proposta escolhi trabalhar a dança, o corpo e o transe, inspirada nas experiências de iniciação nos rituais da comunidade gnaoua, no Marrocos, que vivi em 2008, me havendo marcado profundamente. Por estar na Bahia, a idéia foi conectar as influências dos cam

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