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Do outro lado de cá: O Sistema Caboclo

dikenga e o sistema caboclo

Por que este encontro aconteceu na Zona da Mata?  Por que em terra de caboclo? 

Por que conexões Mandinga - Ginga - Linha de Kalunga ?


Foi assim que Joab Jo falou: "Tentam diasporar nosso corpo, mas nosso corpo não pode ser diasporado. O Corpo não é o corpo. Só não existe. O pinote não é só pinote. O pinote é o pinote. A capoeira não é só pinote. Não é só pulo. A capoeira pensa."
O corpo é o que não nos deixa perder de nos mesmo.
A gente não perde o corpo nunca.
A colonização tentou nos separar de nosso próprio corpo." (Joab Jo)
"Não existe opressão que não atravesse o corpo" (Eduardo Oliveira)
Ataques a corpos que não se deixam docilizar.
As historias de vida é a cura dos sistemas estruturados para oprimir.
Todos temos nossas narrativas. 
O Jogar capoeira é como parir. 
Pertencimento, Colonialismo . É muita gente violentada. É muito corpo violentado. Se não percebemos os mecanismos de violência não conseguimos lutar contra a imposição destas ideologias violentas.
Os encantamentos dos ancestrais foram tratados como loucura e endemoniamento. E o pior é que a falácia não é feita pelos outros, mas por nós mesmos.
"Não quero acreditar em ciência, ciência que foi criada para lascar a gente.
A sagacidade da pisada de Lampião, com suas alpercatas nos pés de trás pra frente, para provocar, enganar os perseguidores.
"Nem convergindo, nem Divergindo. É Gingando." Joab Jo
A doença é coletiva e o tratamento também. Estamos vivendo um período histórico doente. 
As culturas africanas nos lembram de nossas conexões com os ancestrais. 
Só se estuda uma matriz educacional quando temos o direito de estudar todas, especialmente aquelas que conectam-se com os povos matriciais. 
A linguagem nos confunde. A linguagem não comunica. Nem todos os termos são passíveis de serem traduzidos.
O velho e o Novo não podem se separar na brincadeira
Ser Patrimônio Vivo. Ser criador consciente da própria ancestralidade.
Quais são as linguagens que o caboclo fala?

Que filosofia é essa que rompe com os mitos para se abrir para a experiência?

Como revelar o que sempre foi invisibilizado?



Replantio de uma Baobá . Do Outro Lado De Cá: Filosofia Africana em Terra de Caboclo
Não aprendemos a dançar e existir ...

"Eu acredito que uma incursão filosófica, que esteja em encruzilhadas africanas e indígenas, pode ser mais interessante que retomar Apolo e Dionísio como fez Nietzsche de modo brilhante. Mas, Nietzsche era europeu e dizia que queria conhecer um deus dançarino. Ora, a filósofa burquinense Sobonfu Somé não precisa procurar uma divindade dançarina. A pensadora nigeriana Oyeronke Oyewumi fala em cosmosensação ao invés de cosmovisão... O filósofo Dismas Masolo explica que a polirracionalidade é fundamental para filosofar. Existem tantas abordagens interessantes que não circulam com muita frequéncia nosso meio acadêmico pura e simplesmente por conta do fundamentalismo eurocêntrico." (Renato Nogueira)


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