Pular para o conteúdo principal

oduduá e os orixás funfun

oduduá, orixá da criação
A primeira vez que ouvi falar de Oduduá foi ouvindo uma canção de Moacir Santos, um dos maiores maestros brasileiros de todos os tempos.


 


Odùduwá aparece na mitologia dos orixás como qualidade de Orixá poderosa e temida.
Odùduwá, divindade feminina, esposa de Òbàtálá, corresponde à metade inferior da cabaça, associada à lama dos começos da terra.
Evoca sobretudo a idéia de algo quente e seco, devendo ser refrescada e molhada para tornar-se fértil. Esse é o sentido das cerimônias chamadas de “águas de Oxalá” que começam com a procissão que vai buscar em potes na fonte, a água que será derramada sobre o assento de Oxalá.
Se Òbàtálá, divindade masculina, criou os seres vivos, Òdùduwa, divindade feminina criou a matéria de onde surgiria a vida. Na sua qualidades de divindade da criação e da cabaça, Òdùduwa é como Òbàtálá uma divindade funfun, e suas sacerdotisas vestem-se de branco, porém, como divindade feminina ligada à terra, à água e às funções de reprodução, ela se relaciona igualmente com o azul escuro e com o vermelho.
A mitologia, evocando um tempo em que as mulheres governavam, nos revela que Òdùduwa havia recebido de Òlódùmarè o poder dos orixás, representado por um pássaro e uma cabaça símbolo do universo. Tornou-se senhora do mundo e governou-o. Abusou, porém, do poder e Òlódùmaré retirou-lhe a autoridade para confia-la a Obàtálá.
Odùduwa comanda as mulheres, controla a fisiologia feminina, a menstruação, a reprodução, a fecundação .
È chamada Iyá Agba, a grande mãe. Dela é o porco, animal que da muitas crias. É o orixá que dá longa vida. Ao contrário dos outros Oxalás, Òdùduwa não tem èwo de azeite, inclusive seu assento leva três gota de dendê.
 
Oxalá dança quebrando o corpo, flexionado os joelhos. Os ritmos Kétu usados para Oxalá são o toque guerreiro conhecido pelo nome de ajagun, que serve para Osàgìyan, oìgbín, ( tambor de Obàtáa’), o toque bata, Oxalá dança também os ritmos ijesá.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Guedra - O ritual das mulheres do "Povo Azul"

Guedra A palavra "Guedra" quer dizer "caldeirão" e também "aquela que faz ritual". Guedra é usado para nomear um ritual de transe do "Povo Azul" do deserto do Saara, que se estende desde a Mauritânia passando pelo Marrocos, até o Egito. Através da dança e da ritualística que a envolve, esse povo traça místicos símbolos espalhando amor e paz, agradecendo a terra, água, ar e fogo, abençoando todos os presentes entre pessoas e espíritos, com movimentos muito antigos e simbólicos. É uma dança ritual que, como o Zaar, tem a finalidade de afastar as doenças, o cansaço e os maus espíritos. Guedra é uma dança sagrada do "Povo do Véu" ou "Kel Tagilmus", conhecido como "Tuareg. Em árabe, "Guedra" é Também o nome de um pote para cozinhar, ou caldeirão, que os nômades carregam com eles por onde vão. Este pote recebia um revestimento de pele de animal, que o transformava em tambor. Somente as mulheres dançam "G

Os Quatro Ciclos do Dikenga

Dikenga Este texto sobre os ciclos do Cosmograma Bakongo Nasce da Essência da compreensão de mundo dos que falam uma dentre as línguas do tronco Níger-Kongo, em especial Do Povo Bakongo.  Na década de 90 o grande pensador congolês chamado Bunseki Fu Ki.Au veio  ao Brasil trazendo através de suas palavras e presença as bases cosmogônicas de seu povo, pensamentos que por muitos séculos foram extraviados ou escondidos por causa da colonização da África e das Américas e dos movimentos do tráfico negreiro. Fu Ki.Au veio nos ensinar filosofia da raíz de um dos principais povos que participaram da formação do povo brasileiro, devido aos fluxos da Diáspora. Transatlântica. Segundo Fu Ki.Au, “Kongo” refere-se a um grupo cultural, linguístico e histórico, Um Povo altamente tecnológico, Com Refinada e Profunda Concepção do Mundo e dos Multiversos. Sua Cosmopercepção Baseia-se Num Cosmograma Chamado Dikenga, Um Círculo Divido Em Quatro Quadrantes Correspondentes às Quatro Fases dos Movimentos

Ritmos do Candomblé Brasileiro

           Os ritmos do Candomblé (culto tradicional afro brasileiro) são aqueles usados para acompanhar as danças e canções das entidades (também chamadas de Orixás, Nkises, Voduns ou Caboclos, dependendo da "nação" a que pertencem). Ritmos de Diferentes Nações de Candomblés no Brasil São cerca de 28 ritmos entre as Nações (denominação referida à origem ancestral e o conjunto de seus rituais) de Ketu, Jeje e Angola . São executados, geralmente, através de 4 instrumentos: o Gã (sino), o Lé (tambor agudo), o Rumpi (tambor médio) e o  Rum (tambor grave responsável por fazer as variações). Os ritmos da Nação Angola são tocados com as mãos, enquanto que os de Ketu e Jeje são tocados com a utilização de baquetas chamadas Aquidavis (como são chamadas nas naçoões Ketu_Nagô). " Em candomblé a gente não chama "música". Música é um nome vulgar, todo mundo fala. É um...como se fosse um orô (reza) ...uma cantiga pro santo ".  A presença do ritmo n