Pular para o conteúdo principal

Manifesto Ou(t)ro Preto


O Manifesto Ou(t)ro Preto nasce no coração das Minas Gerais, "da descoberta de um nó histórico no estado (...) e está ligada à inteligência africana sufocada e varrida dos livros de história". É o que nos conta o Douglas Aparecido, o Douguiníssimo, artista e pensador mineiro, que encabeçou a escrita do manifesto e aqui nos conta um pouco sobre o seu processo de criação:

"O manifesto surge da descoberta de um nó histórico no estado de Minas Gerais. Do tamanho do espanto provocado por esta descoberta. Principalmente por esta questão estar diretamente ligada à diáspora africana.
Está ligada à inteligência africana sufocada e varrida dos livros de história. Muito contundente, está ligada à formação do mundo moderno, acúmulo de riqueza, revolução industrial e consolidação do capitalismo.
O ponto nevrálgico: os detentores de todo conhecimento primordial da mineração são africanos, este conhecimento foi apropriado e figura, hoje, à base de toda tecnologia de mineração utilizada.
O surgimento do conceito. Ouro com o T no meio: ouTro. Esta constatação surgiu de um exercício poético, antes de imaginar, o que havia sido de fato Vila Rica de Ouro Preto. Existia a ideia do T como Transformação, mas não havia nem de que e nem para quê. OuTro Preto, sem oriente, o trocadilho que ficou guardado.
Daí o conceito ressurge, no meio de um mergulho profundo, junto a um grupo de pesquisa.
O despertar, o encontro das estruturas de entendimento, a absorção deste episódio histórico, aconteceu em um processo de pesquisa realizado junto ao coletivo Mina Du Veloso. Este coletivo tem como objetivo estudar e compreender como funcionava a engenharia milenar africana de extração de ouro; trazidas com os negros vindos do sudoeste africano para as Minas Gerais.
Numa busca comum, conseguimos construir percursos de raciocínio, que nos permitiu ver a história a partir de uma outra perspectiva. Fundamentados com conhecimento de diversas áreas de conhecimento, as engenharias de minas, geologia, metalurgia e civil, pesquisas nas áreas de história, geografia, sociologia dentre outras áreas, foi possível ter várias constatações sobre fatos históricos não divulgados e principalmente, compreender a importância histórica destes fatos, para a formação do mundo como estamos vivendo.
O epicentro, o cerne do conceito OuTro Preto: Reconhecer e divulgar a inteligência africana, ressignificar a identidade trazendo à tona a inteligência do Povo Preto, que para além de lindo é um povo extremamente inteligente, só que esta inteligência é inferiorizada e sufocada. Construir uma identidade que nos permita reconstituir uma auto-estima alicerçada na capacidade cognitiva de comodificação do mundo de melhoria da condição de vida.
A matéria bruta é muito densa, é muita coisa a ser explorada. O ouTro Preto é um prisma de visão, um conceito para orientar uma busca. Uma busca que tenha como objetivo restaurar a dignidade e o restituir o respeito ao Povo Preto."
                                      (Douglas Aparecido, janeiro de 2017)

Manifesto Ou(t)ro Preto
           

                                     MANIFESTO OUTRO PRETO   
        
Os Pretos no Brasil, após a abolição da escravatura em 1888, continuaram a ter o mesmo destino que seus ascendentes traficados para a América e escravizados desde 1500. Nunca houve no Brasil um trabalho efetivo e eficaz, com o objetivo de solucionar as disparidades raciais resultantes do processo de escravidão que durou 358 anos. O Brasil, último país a “abolir” a escravidão negra é um país racista (2016), que não planejou, em nenhum momento de sua história, formas de readequação de sua população Preta com o fim do tráfico negreiro.
Somos o segundo país com a maior densidade de população Preta no Mundo, e aos Pretos brasileiros estão reservadas as piores condições sociais. Segundo o IBGE, 53,6% da população brasileira se declara negro ou pardo. Destes, 70% vive em estado de extrema pobreza, nas piores moradias e com os piores empregos.
Além do analfabetismo entre os Pretos ser imensamente maior de que entre os brancos, o sistema de educação ainda se empenha todos os dias, em roubar e menosprezar a história e a memória do nosso Povo, que vive em atmosferas insalubres, destrutivas e vulneráveis, sem representatividade e acima de tudo, subjugados. Os Pretos compõem 75% da população carcerária no Brasil.
O Brasil foi o último país a abolir a escravidão e a cada 12 minutos um Preto é assassinado. O que está acontecendo? Precisamos falar sobre o que está acontecendo.
Precisamos falar sobre o que está escondido e que não é contado nos tradicionais livros de história. É uma questão de direitos humanos que a história do Povo Preto seja revelada para o mundo, como de fato foi.
O Povo Preto precisa saber sua origem. O Povo Preto precisa entender o real motivo de seus antepassados terem sido sequestrados e submetidos ao trabalho escravo em várias partes do mundo.
Faz-se necessário e é urgente, a construção de mecanismos efetivos para estabelecer o respeito e a dignidade do Povo Preto; solução dos crimes de racismo e discriminação; a criação de novas oportunidades de existir e o combate ao Genocídio Preto.
Mais uma vez é necessária a libertação da escravidão. Desta vez, da escravidão, além da escravidão trabalhista, é preciso falar também da escravidão ideológica, que é construída a mais de 400 anos e vem sendo reconstruída e alimentada ao longo de todo processo histórico do Brasil, velada sob a falácia da “democracia racial”.
É Preciso ter em mente que no Brasil, o Preto é duplamente excluído. Esta dupla exclusão se estabelece tanto na esfera criada pelo escravismo, onde estes indivíduos foram considerados “máquinas animadas”, seres inferiores e aptos apenas ao trabalho braçal; quanto pelo projeto de embranquecimento do país, criado pela elite brasileira, por acreditar que o Povo Preto era a causa da degradação do país e que era necessário ter no Brasil uma raça superior, europeia. O Embranquecimento foi uma política de estado para promover um processo de clareamento do país, cuja ação era incentivar a imigração de povos europeus e exterminar negros.
O efeito disso é tão forte, que dentre os 53,6 % brasileiros que se consideram não brancos, 45% se considera pardo, enquanto apenas 8,6 se considera negro.
Preto no Brasil nunca teve vez, assim diz a história. Basta pegar os livros didáticos e as grades curriculares; a narrativa construída apresenta, Pretos como escravos, seres desalmados e inferiores, pegos aleatoriamente no continente africano e transportados nos navios negreiros, para a execução de trabalhos braçais nas Américas.
Em momento algum, ouvimos falar sobre a África, como referência de inteligência ou domínios técnicos; não ouvimos falar de seus impérios, de Reis e Rainhas, como Nzinga, Ranavalona e Mansa Musa; sobre sua riqueza, o exímio domínio das artes de extração e manipulação de diversos minerais, salve o trabalho com metais, o ferro, o bronze e, em especial, com o ouro.
Não ouvimos falar da África antes da chegada dos invasores portugueses, ingleses, franceses, belgas, dentre outros países europeus. Em momento algum nos é dito que o motivo do sequestro, e toda crueldade cometida na diáspora, estava relacionado com a expertise, a ciência e a inteligência destes indivíduos. A capacidade que tinham em desenvolver diversos tipos de atividades práticas, essenciais para concretização de qualquer empreendimento, seja na agricultura, na construção civil, mineração, metalurgia, etc.
Antes de 1500, antes da chegada dos invasores europeus, a África era um continente extremamente evoluído, mas isto não é divulgado. Não lemos, não assistimos, não ouvimos falar (em veículos de comunicação oficial) sobre a imensidão da África, que não é um país e sim um continente; sobre suas riqueza minerais, que inclusive é o motivo da opressão que lhe é imposta até os dias de hoje; sobre a diversidade de nações que existiam e existem, o quanto estas resistiram contra o sistema colonial-escravista e ainda resistem contra o imperialismo; sua diversidade étnica que inclusive é a maior do mundo; Não é acessível a todos, informações e conhecimentos sobre a África, principalmente, sobre antes da apropriação e destruição, antes do sufocamento da Inteligência Africana, a Inteligência de nossos Ancestrais.
Durante o Séc. XVIII a Europa vivia o Século das Luzes, enquanto no Brasil, acontecia o Século da escuridão, exatamente porque é o período histórico com menos informações disponíveis historiograficamente. Grupos de historiadores, desde a década de 70, tem realizado profundas e imensas pesquisas, a partir de documentos em arquivos públicos e registros de viajantes, sobre o que foi, de fato, o ciclo do ouro no período colonial. As informações recolhidas são as mais surpreendentes e impressionante, há um ocultamento sobre um dos períodos mais significativos da construção do Brasil e do mundo como vivemos.
São fatos que apresentam o que há de mais absurdo no processo de ocultamento da história do Povo Preto na história ocidental.

Manifesto Ou(t)ro Preto
Os Pretos conduzidos às minas gerais, foram trazidos, em grande maioria, da Costa do Ouro no sudoeste africano. Esta região do continente africano, é onde estão localizadas as nações da Mauritânia, Mali, Senegal, Guine, Costa do Marfim, Gana, Togo, Nigéria (regiões do antigo Daomé), Camarões, Congo e Angola, chegando até Moçambique. Há registros de extração e manipulação de diversos minerais, nestas regiões desde o séc. VIII. São registros árabes, de caravanas que atravessavam o Saara para comercializar com estes povos; ou seja, milênios anos antes de serem sequestrados em seu continente natal e trazidos para o Brasil, já desenvolviam as atividades que foram forçados a desenvolver em regime escravista nas Minas gerais e no nordeste brasileiro. Foram sequestrados e trazidos devido à grande capacidade de trabalhar a agricultura, a agropecuária e sobretudo, no caso mineiro, a extração de ouro, utilizando a própria natureza para desenvolver os mecanismos de trabalho.
Por que nada se fala da engenharia milenar-ancestral-africana? Que pode ser considerada como a proto-engenharia das minas de ouro do século XVIII até os dias de hoje? Por que? Pelas estruturas remanescentes deste período e pelos diversos registros encontrados, é possível comprovar não só a genialidade da engenharia africana, como também, que a revolução industrial da mineração ocorreu nas serras de Minas Gerais, ou seja, a evolução do que é conhecido como engenharia de minas hoje, baseia-se nos sistemas de trabalhos trazidos ao longo do séc. XVIII nos navios negreiros.
Este processo rendeu ao continente europeu, mais de 1000 toneladas de ouro. Ouro que deu suporte ao desenvolvimento da revolução industrial e, também, o lastro financeiro para consolidação do sistema capitalista. Germe de construção do mundo como conhecemos hoje. Ao longo da história da humanidade o ouro teve uma série de aplicações, mas devido a sua raridade, o ouro se tornou principalmente, reserva de valor de vários países, ou seja, a materialização da riqueza. A Inglaterra foi o primeiro país a adotar o padrão-ouro como sistema monetário. Este sistema foi criado pelo filósofo David Hume em 1752, que consistia basicamente em: a quantidade de reservas de ouro do país, determinava a sua oferta monetária. Coincidentemente a Inglaterra no mesmo período foi o país sede da revolução industrial, que se inicia em torno de 1760.
Vamos a conexão dos fatos.
O início do processo de extração de ouro no Brasil (1700) culmina com o início das estreitas relações estabelecidas entre Portugal e Inglaterra. O principal acordo foi o tratado de Methuen, conhecido também como tratado de panos e vinhos, datado de 1703. Diante dos acordos estabelecidos neste contrato, Portugal se tornou na prática, uma colônia inglesa. O que teve como consequência: mais de 60% das riquezas minerais produzidas no Brasil foram escoadas para os cofres ingleses. Este escoamento intensifica quando David Hume está criando o sistema monetário baseado na reserva de ouro (1752) e quando a Inglaterra está engatinhando na revolução industrial (1760).
Neste ínterim, a indústria escravista colonial portuguesa de mineração quebra (1820) e a Inglaterra assume o jogo. No processo de independência do Brasil, a Inglaterra empresta 2 milhões de libras esterlinas para a nova nação a serem pagas a Portugal, para que Portugal reconheça o Brasil como independente (1825). Desta forma, a Inglaterra torna-se uma potência mundial, adotando o padrão-ouro como sistema monetário. Assim, dá continuidade ao processo de industrialização da mineração de ouro, comprando a mina da Passagem (1830), uma das primeiras minas a ser industrializada, localizada entre as cidades de Ouro Preto e Mariana no Estado de Minas Gerais no Brasil.
Ironia ou não, o Ouro de mais alto quilate encontrado na região das minas gerais, ficou conhecido como ouro preto, pelo fato do ouro está associado ao minério de ferro, material de coloração escura, ou seja, ao invés de um Eldourado foi encontrado um Elpretado. A ironia é o fato de que: as mãos habilidosas e os cérebros que detinham o conhecimento, a ciência para extração deste material também eram pretos, africanos.
Em 1711 é fundada Vila Rica de Ouro Preto, sua atividade principal: extração de Ouro, Ouro Preto. Vila Rica é parte da região, que é considerada, a primeira grande mina de ouro da história da humanidade, de onde jorraram mais de 1000 toneladas de ouro, ouro como ainda não se havia registro.
A insígnia de sua bandeira quando fundada era: “Proetiosum Tamen Nigrum” (Precioso ainda que negro), este emblema foi mantido até 20 de novembro de 2005, quando foi mudado para: “Proetiosum aurum nigrum” (Precioso Ouro Negro), exatamente pelo fato da frase anterior, ter uma conotação pejorativa, fruto da maculação do Povo Preto construída pela história europeia.
Minas Gerais foi a província da colônia portuguesa que mais consumiu africanos. Literalmente, pois foi o estado com o maior índice de mortes. A população de Pretos e mestiços, no auge do período de extração, nesta região, era de 80%, dada a imensa quantidade de pessoas necessárias, para o desenvolvimento das atividades de mineração. Consequentemente foi o empreendimento mais lucrativo de toda colônia, dada a imensa quantidade de ouro e outros tipos de minerais, que foram extraídos pelos trabalhos empreendidos por estes africanos; fora os altos preços dos Preto que detinham conhecimento da engenharia.
São muitos fatos, buscamos ser sucintos, mas sem perder as informações necessárias, para construção da ideia do que vem a ser o conceito de Outro Preto.
A concepção da ideia é posterior a criação do conceito. OuTro Preto, surgiu de um exercício poético. A primeira surpresa foi a constatação de que: acrescentado um T na palavra OURO, surgiria a palavra OUTRO. Isto aconteceu, bem antes do acesso a esta vasta informação sobre o que foi o Ciclo do Ouro no Brasil, suas consequências e quem foram, de fato, os protagonistas destes processos. A segunda surpresa, foi a constatação de que essa simples descoberta, não havia acontecido por mero acaso e sim para uma espécie de luz guia para um propósito. O T de Transformação.
Vamos ao Propósito:
OuTro Preto é a constatação gritante da necessidade de ação e reflexão sobre a maneira como foi construída a história do Povo Preto. O grito que se levanta em busca de câmaras de eco para dizer a todos: estamos descobrindo as nossas verdades, estamos descobrindo outra leitura da história e precisamos avançar nisso.
Reconstruir a imagem do Povo Preto tendo a inteligência como estandarte, eis a missão do OuTro Preto. Dar foco a inteligência africana, que foi varrida da história, exatamente porque a inteligência era o elemento principal da libertação e da emancipação do indivíduo em condição de escravidão. Basta um pouco de informação sobre os processos de alforria, que inclusive foi muito mais intenso no Estado de Minas Gerais, já que era um ambiente de produção imediata de riqueza.
Foi através da cultura e da inteligência herdada do continente Africano que se criou a Capoeira, que se criou Palmares, se criou o Quilombo do Campo Grande; o maior quilombo das Minas Gerais, que foi tão significativo quanto o dos palmares e que não é apresentado na história oficial. Foi a inteligência africana que enriqueceu a europa e possibilitou a transformação do mundo arcaico para o mundo moderno.
O OuTro Preto é a mão que levanta a bandeira da inteligência Preta. Movimenta a energia sedenta que investiga e escova a história a contra-pelo em busca de embasamentos, informação e conhecimento para mostrar ao Povo Preto a possibilidade de ser OuTro Preto; que se instrui para desconstruir e ressignificar o papel Povo Preto, buscando coletivamente a restauração de seu real lugar na história.
Busca novas visões sobre a relação Brasil-África-América-Europa. Valendo-se do uso da força cultural e da inteligência sufocada, para construir novas formas de relação; compreende que os valores civilizatórios afro-brasileiros possam dar novos caminhos, dispor novas metodologias de ensino/aprendizado, que permitam ao Povo Preto se entender e utilizar de sua história para se reinserir socialmente; e assim, construir conjuntamente possibilidades de emancipação.
A saber, os valores civilizatórios afro-brasileiros são oralidade, energia vital, ludicidade, memória, ancestralidade, cooperatividade, musicalidade, corporeidade, religiosidade e circularidade, elementos fundamentais, para o impulso ao salto capaz de apresentar outras visões de mundo, outra história, Outro Preto com outras oportunidades de existir e se libertar. Só conhecimento, somado a inteligência liberta.
Faz-se necessário uma unidade nacional, costurada na diferença de cada região; construída a partir de um processo de consenso, que nos permita construir caminhos e identificar nossas causas comuns. Não se empodera um indivíduo, e sim, uma comunidade!
O centro da questão é: se após 128 anos, nunca houve nenhuma iniciativa efetiva, de construção de outras possibilidades, como acreditar que as coisas mudarão? Quando assumir por si mesmo a responsabilidade de mudança e compreender que ela só é possível de fato, se for coletivamente, UBUNTU! 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Guedra - O ritual das mulheres do "Povo Azul"

Guedra A palavra "Guedra" quer dizer "caldeirão" e também "aquela que faz ritual". Guedra é usado para nomear um ritual de transe do "Povo Azul" do deserto do Saara, que se estende desde a Mauritânia passando pelo Marrocos, até o Egito. Através da dança e da ritualística que a envolve, esse povo traça místicos símbolos espalhando amor e paz, agradecendo a terra, água, ar e fogo, abençoando todos os presentes entre pessoas e espíritos, com movimentos muito antigos e simbólicos. É uma dança ritual que, como o Zaar, tem a finalidade de afastar as doenças, o cansaço e os maus espíritos. Guedra é uma dança sagrada do "Povo do Véu" ou "Kel Tagilmus", conhecido como "Tuareg. Em árabe, "Guedra" é Também o nome de um pote para cozinhar, ou caldeirão, que os nômades carregam com eles por onde vão. Este pote recebia um revestimento de pele de animal, que o transformava em tambor. Somente as mulheres dançam "G

Os Quatro Ciclos do Dikenga

Dikenga Este texto sobre os ciclos do Cosmograma Bakongo Nasce da Essência da compreensão de mundo dos que falam uma dentre as línguas do tronco Níger-Kongo, em especial Do Povo Bakongo.  Na década de 90 o grande pensador congolês chamado Bunseki Fu Ki.Au veio  ao Brasil trazendo através de suas palavras e presença as bases cosmogônicas de seu povo, pensamentos que por muitos séculos foram extraviados ou escondidos por causa da colonização da África e das Américas e dos movimentos do tráfico negreiro. Fu Ki.Au veio nos ensinar filosofia da raíz de um dos principais povos que participaram da formação do povo brasileiro, devido aos fluxos da Diáspora. Transatlântica. Segundo Fu Ki.Au, “Kongo” refere-se a um grupo cultural, linguístico e histórico, Um Povo altamente tecnológico, Com Refinada e Profunda Concepção do Mundo e dos Multiversos. Sua Cosmopercepção Baseia-se Num Cosmograma Chamado Dikenga, Um Círculo Divido Em Quatro Quadrantes Correspondentes às Quatro Fases dos Movimentos

Ritmos do Candomblé Brasileiro

           Os ritmos do Candomblé (culto tradicional afro brasileiro) são aqueles usados para acompanhar as danças e canções das entidades (também chamadas de Orixás, Nkises, Voduns ou Caboclos, dependendo da "nação" a que pertencem). Ritmos de Diferentes Nações de Candomblés no Brasil São cerca de 28 ritmos entre as Nações (denominação referida à origem ancestral e o conjunto de seus rituais) de Ketu, Jeje e Angola . São executados, geralmente, através de 4 instrumentos: o Gã (sino), o Lé (tambor agudo), o Rumpi (tambor médio) e o  Rum (tambor grave responsável por fazer as variações). Os ritmos da Nação Angola são tocados com as mãos, enquanto que os de Ketu e Jeje são tocados com a utilização de baquetas chamadas Aquidavis (como são chamadas nas naçoões Ketu_Nagô). " Em candomblé a gente não chama "música". Música é um nome vulgar, todo mundo fala. É um...como se fosse um orô (reza) ...uma cantiga pro santo ".  A presença do ritmo n