Homenageando cinco décadas de desativação da estação ferroviária que ligava o porto e o mar, a partir do município Ponta de Areia, o evento acontece nos dias 01, 15, 29 de abril e 13 de maio, na Troppos.
“Ponta de areia, ponto final/ Da Bahia Minas, estrada natural ...” recorda Milton Nascimento, da estrada de ferro arrancada 50 anos atrás.
O Festival Ponta de Areia – Mostra de Compositores, uma homenagem a uma das estações que mais inspirou artistas da música popular brasileira, reúne artistas da cena independente soteropolitana e convidados mineiros em apresentação solo nos dias 01,15, 29 de abril e 13 de maio, na Tropos Coworking – Rio Vermelho.
A primeira edição do projeto conta com a participação de Ian Lasserre, Jadsa Castro, Ronei Jorge, Filipe Lorenzo (BA), Mo Maiê, Ana Luisa Barral, Deh Mussulini e Gustavito (MG).
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Ana Luisa Barral, FESTIVAL PONTA DE AREIA |
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Ian Lasserre, FESTIVAL PONTA DE AREIA |
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Deh Mussulini, FESTIVAL PONTA DE AREIA |
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Mo Maie, FESTIVAL PONTA DE AREIA |
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Ronei Jorge, FESTIVAL PONTA DE AREIA |
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Jadsa Castro, FESTIVAL PONTA DE AREIA |
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Gustavito, FESTIVAL PONTA DE AREIA |
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Filipe Lorenzo, FESTIVAL PONTA DE AREIA |
Com formato de voz e violão, e inspirado na Mostra Cantautores de Belo Horizonte, o evento pretende criar um intercâmbio de compositores mineiros e baianos a fim de unir as diversas expressões culturais atuais produzidas no Brasil contemporâneo.
Apesar das diferenças e vivências culturais, os realizadores do projeto acreditam que os dois Estados conseguem mesclar suas próprias linguagens artísticas e assim se complementarem. “Em Minas já acontece um forte movimento cultural, existe um elo muito mais forte além da produção, há também um campo estético na forma de compor e expor as obras que se assemelham ao que produzimos aqui”, explica Ian Lasserre, atração da primeira noite e um dos gestores do festival.
Lasserre é cantor, violinista e compositor responsável pela abertura do Festival Ponta de Areia. O baiano passeia pelos ritmos ijexá, chula, baião, bossa nova e experimentalismos da música baiana com prévias de canções gravadas em seu primeiro disco, “Sonoridade Pólvora”, com lançamento programado para outubro.
O palco do primeiro dia também será compartilhado com o músico Gustavito, considerado um dos principais artistas da nova geração de compositores de Minas Gerais atualmente, cuja musicalidade está fundamentada na cultura popular brasileira e em sintonia com a canção contemporânea.
No segundo show, a compositora baiana Jadsa Castro traz em seu repertório canções do seu recente disco, “Godê”, com apelo baiano com timbres experimentais ditados por poemas que saem da zona literal da escrita e escuta. Já Mo Maiê enaltece fusão do Brasil mestiço com a música da África do Oeste e a world music, assim como nos projetos musicais em que conecta Minas à Bahia, como “Ubuntu Africanias”, “Coletivo Vira Saia”, “Coletivo Minas da Voz”, “Ki.Anda Kala Kilumba” e “Histórias Iluminadas”.
Meio ao ano em que completa-se cinco décadas de desativação da estação no município Ponta de Areia, em Caravelas (BA), o movimento pré-shows começou em dezembro quando Lasserre se apresentou na 5ª edição da Noite Mostra Cantautores, em Belo Horizonte. Recentemente, Ana Luisa Barral é quem foi em busca dessas raízes e realizou série de shows na capital Beagá.
Radicada em Salvador, mineira de Montes Claros (MG), Barral é forte atração do terceiro dia de festival. Instrumentista, compositora, cantora e arranjadora de música brasileira, Barral se aventura entre o erudito e o popular, e também adianta um pouco do que virá na gravação do CD intitulado “Doçura”, o primeiro de sua produção.
“Essa será uma comunicação entre dois Estados que se amam muito! Estamos numa cena independente muito criativa em Salvador e receber novas influências é sempre benéfico, tanto para ter contato com outras harmonias e melodias, quanto trocar técnicas composicionais, até chegar ao nível mais subjetivo de falar sobre temáticas da vida em outra ascensão”, comenta Ana Luisa Barral, que também responsável por produção e curadoria do festival.
Nos palcos desde a década de 90, o baiano Ronei Jorge empresta sua veia criativa à música experimental e brasileira, além de mesclar influências da canção pop brasileira ao vigor do rock, no terceiro dia do Ponta de Areia. Atualmente é um dos produtores do programa Radioca, dedicado a música independente brasileira, veiculado na Rádio Educadora FM da Bahia.
Por fim, atuante na cena soteropolitana desde 2009, Filipe Lorenzo traz em seu show canções do álbum de estreia “Odisséia Baiana”, que já lhe rendeu títulos de “Melhor Canção” e “Melhor Arranjo” do Prêmio Caymmi de Música 2015. Seu som é influenciado por diversos elementos contemporâneos que dialogam com a música erudita, jazz, rock e música baiana. Lorenzo dividirá o palco com a mineira Deh Mussulini, cantora, violonista, compositora e graduada em Música pela UFMG, consegue trafegar por diferentes linguagens femininas, inspirada em violas caipiras, MPB e afrosambas com faixas do álbum “Varanda Aberta”.
O Festival Ponta de Areia tem caráter totalmente independente e objetiva desenvolver outras edições com vitrine de artistas nacionais e internacionais. “O foco está na criação de uma teia de música autoral, por isso a ideia é de expandir a mostra para que possa trazer artistas do Brasil e do mundo”, antecipa Ian Lasserre.
Serviço
O que: Ponta de Areia - Mostra de Compositores
quando: dias 01,15, 29 de abril e 13 de maio, às 20h30.
Onde: Tropos Coworking - Rua Ilhéus, 214, Rio Vermelho
Quanto: Contribuição espontânea (pague quanto quiser)
Flora Rodriguez
71 99611-3260
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