Estive agora no começo de abril em Cachoeira (BA), participando do LabDança, uma proposta de pesquisa e experimentação de processos de criação entre performance, video arte e mapping, no II Festival Reconvexo de Projeções Mapeadas.
Neste laboratório pude investigar pesquisas sócio-corporais e experimentar com a linguagem do video um projeto chamado CORPO KALUNGA, que conecta video.arte, corporeidade e filosofia bakongo.
Busco maneiras de cruzar bases de alguns conceitos filosóficos bakongo com propostas de performances em territórios liminares, desde que tenham conexão com o mar ou com a água.
No caso essa performance não tem uma forma pré-definida e cheguei a imaginar uma cena de várias pessoas dançando dentro de uma rede de pesca, sendo nesta mesma paisagem projetada a video.arte corpo kalunga.
Busco maneiras de cruzar bases de alguns conceitos filosóficos bakongo com propostas de performances em territórios liminares, desde que tenham conexão com o mar ou com a água.
No caso essa performance não tem uma forma pré-definida e cheguei a imaginar uma cena de várias pessoas dançando dentro de uma rede de pesca, sendo nesta mesma paisagem projetada a video.arte corpo kalunga.
O corpo Kalunga é um corpo à deriva, um corpo que navega entre os espaços urbanos, espaços de beira-mar. É um corpo híbrido, um corpo rejeitado, um corpo marginal. É ainda um corpo amorfo.
Com o artista carioca Pablo Pablo, criamos pacotes visuais para cada um dos ciclos do cosmograma bakongo.
Imagens que respeitam a circularidade da vida. Imagens que se conectam com os oceanos pelos quais navegamos.
Imagens que respeitam a circularidade da vida. Imagens que se conectam com os oceanos pelos quais navegamos.
O espaço escolhido para a projeção foi um espaço liminar do centro de Cachoeira. Uma rua desconsiderada como espaço aceito, espaço marginal. Rua das putas e vendedores de drogas, ao lado do cais do Rio Paraguassu.
Projetar nas fachadas é ressignificar a fachada do prédio, abraçar sua marginalidade. E fazer o chamado para que o espaço público seja visto com outros olhares, com outras miradas.
A linha de Kalunga é um espaço de trânsito das energias de criação. Dos processos criativos. A imagem digital projetada na fachada cria nova vida durante a performance, que se assume como política.
A performance corporal proposta é trazer corpos para se mover em frente à projeção, explorando a espacialidade da fachada, a interação com a imagem refletida e uma rede de pesca. A ideia de trabalhar com a rede também surge de uma inspiração do mundo ribeirinho e da beira-mar. Mas também propõe a discussão acerca do conceito de metalinguagem da rede imaterial que nos propõe as realidades virtuais e as redes da comunidade, dos processos de comunicação e interação, as redes de criação.
Durante o processo de criação das imagens a serem projetadas, caminhos de caos tecnológico, nos levando a aceitar a condição do instante-já da projeção feita ao vivo, sem a criação de uma obra estática e fechada.
A projeção live nos permite trabalhar com repertório de improvisação, entre a música, as imagens, o texto e a performance dos movimentos interagindo com a rede de pesca.
A trilha sonora foi criada pelo artista soteropolitano Edbras Brasil.
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